Hollande ganha presidenciais francesas: que futuro para a austeridade?

Francois Hollande foi eleito tendo prometido, durante a campanha, não seguir o caminho da austeridade para a França e para a Europa: “Em todas as capitais, há pessoas que, graças a nós esperam e querem acabar com a austeridade. A minha mensagem é: vocês são um movimento que se ergue em todo o mundo! Uma exigência de mudança!”
O novo Presidente francês disse ainda: “A Europa observa-nos; estou certo que com este resultado, em muitos países houve um alívio, uma esperança. A ideia de que enfim a austeridade não tinha de ser uma fatalidade. É o que vou dizer aos nossos parceiros e em primeiro lugar à Alemanha.”
Hollande promete assim inverter o caminho que tinha sido seguido por Sarkozy e por Merkel (Chanceler alemã) e que fez escola na Grécia, em Portugal, em Espanha, na Itália e na Irlanda. Era essa aliança dos líderes da França e da Alemanha que estava a forçar o novo tratado europeu que impunha que todos os países da Europa transcrevessem as políticas de austeridade para as suas constituições ou leis para-constitucionais e proibissem quaisquer medidas de estimulo ao crescimento económico, mesmo as de matriz Keynesiana.

É importante seguirmos de perto como Hollande se irá comportar no Eliseu, pois, apesar de ter baseado toda a sua campanha no combate à austeridade, o porta-voz de Hollande para a pasta da economia deu entrevistas a alguns jornais tentando “acalmar” os mercados. Será muito difícil acreditar que Hollande mantenha as promessas que fez e que não se deixe influenciar pelos poderosos lobbies dos bancos e da finança.

No entanto, o facto mantém-se e isso é o mais importante: os franceses e também os gregos votaram para penalizar com dureza os partidos que propõem o regime de austeridade e promoveram os partidos que trazem outras maneiras de enfrentar a crise económica.

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