IEFP :: Coloca poucos trabalhadores desempregados, e quase sempre com salários muito baixos

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Em 2010, 541€ foi o valor médio para o salário dos trabalhadores desempregados colocados pelo IEFP. Este valor está pouco acima do salário mínimo nacional (SMN) mas bem abaixo dos 777 euros de salário médio nacional. Já agora, porque alguns afirmam que vivemos acima das possibilidades, lembramos que os 777 euros de salário médio em Portugal são muito semelhantes ao salário mínimo em Espanha (748€) e inferiores ao salário mínimo na Grécia (863€) e Irlanda (1.462€). Portanto, se existe algum problema de adequação à realidade do país, essa é a extrema acumulação de riqueza pela banca nacional e pelos grandes empresários em detrimento das pessoas e de quem trabalha. Para quem defende uma economia a funcionar para responder à crise, então, é urgente defender medidas agressivas na repartição da riqueza no factor trabalho. De outra forma, o colapso social só está um pouco na dianteira do completo colapso económico.
Segundo o Público, os dados solicitados ao Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) revelam que um desempregado que conseguiu trabalho a tempo completo através do centro de emprego ganhava mais 66 euros do que o salário mínimo nacional, mas em comparação com o salário médio a perda ultrapassava os 235 euros. 
Mais uma vez as notícias sublinham que a existência de instituições com o IEFP é hoje marcada pela maquilhagem de números e marketing político. O IEFP, com uma grande organização nacional, não conseguiu colocar mais do que 62.430 trabalhadores desempregados, enquanto que, dos mais de 600 mil desempregados que em 2010 passaram pelos centros de emprego, 160.846 conseguiram encontrar trabalho pelos seus próprios meios.
Apesar dos números evidenciarem a brutalidade social que atinge os trabalhadores e as famílias desempregadas, para o presidente do IEFP, o boy Francisco Madelino, esta entrada no mundo do trabalho através da contratação a termo acaba por funcionar como um período experimental, imaginando ou “assegurando”, que muitas das pessoas depois ficam na empresa.
Para uma nova proposta política e social, os trabalhadores precários e desempregados terão de exigir que  instituições como o IEFP ou a ACT deixem de ser um instrumento político de qualquer governo no poder,  e passem a ser instrumentos da democracia. 
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