Importa-se de repetir?
A recém-chegada às lides governativas Helena André continua a ser pródiga em afirmações vazias de sentido e disparates totalmente desprovidos de bom-senso. Já não bastava a pérola com que insultou mais de meio-milhão de desempregados – para não falar dos dois milhões de precários e todos aqueles que sofrem diariamente as consequências do catastrófico cenário laboral em que se arrasta a sociedade portuguesa, uma saída brilhante que os portugueses tiveram a infelicidade de ouvir em prime-time nos telejornais de todas as televisões. Desta vez, a senhora sindicalista, a tal da Ministra-do-Trabalho-que-nos querem-fazer-acreditar-que-um-dia-se-bateu-pelos-direitos-dos-trabalhadores, defendeu, em entrevista à Acção Socialista (órgão oficial do P.S.), que o Código Contributivo é um instrumento de combate à precariedade e à fraude e evasão contributiva”. Assim, para Helena André, o adiamento da entrada em vigor do Código Contributivo é um erro:
“O Código Contributivo é um instrumento de combate à precariedade e à fraude e evasão contributiva. Permite melhorar a protecção social dos trabalhadores por conta de outrem e independentes, fomentar a sã concorrência entre empresas e partilhar o custo da protecção social dos trabalhadores independentes com as empresas que os contratam. É o maior instrumento de combate à precariedade implementado no nosso país. E, finalmente, resultou de dois acordos em sede de Concertação Social. Tenho grandes dificuldades em compreender como é que aqueles que apregoam diariamente o combate à precariedade votaram a favor da suspensão da entrada em vigor de um instrumento que permitia justamente travar esse combate. Prestaram um mau serviço aos portugueses e às portuguesas” (sic)
Sempre gostaria de ver – e ouvir! – a senhora ministra ter o desplante de “apregoar” este chorrilho de nonsense na imprensa propriamente dita (se é que tal coisa ainda existe) e não apenas nos instrumentos autopropagandísticos do governo que se diz socialista… e, já agora, pergunto-me se a senhora ministra terá algum argumento concreto para defender as suas afirmações ou se não lhe passou pela cabeça que outros, para além dos seus “correligionários”, poderiam lembrar-se de a confrontar com a sua triste e estéril demagogia…
Myriam Zaluar
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