Impulso Jovem coloca 35 pessoas

A medida demagógica do governo para combater o desemprego jovem precarizando ainda mais os trabalhadores e as suas vidas, entregando dinheiro aos patrões está a ser um desastre. Em 15 dias a média de contratações não chega a três por dia. Dos 35 contratados, desempregados há mais de um ano, dois terços foram contratados a prazo. Por menos de 100€ por mês os patrões podem contratar precariamente por 18 meses profissionais qualificados, sendo o resto do salário de miséria pago pelo Estado.

A aprovação deste programa visaria reduzir o desemprego jovem, que passa já dos 36%. O governo subsidia estágios e reduz a contribuiçãodas empresas para a segurança social em 90% para que as empresas contratem jovens desempregados de longa duração durante 18 meses. Além de destruir a carreira contributiva dos jovens desempregados e de descapitalizar a Segurança Social, devido à legislação ser mal feita, os patrões não têm de criar postos de trabalho líquidos, pelo que podem simplesmente despedir alguém que já estivesse na empresa para substituí-lo por pessoas em “Impulso Jovem” a preços de saldo subsidiado pelo Estado. O governo continua assim a criar empresas subsídio-dependentes, ao contrário da propaganda de que são os pobres que vivem de subsídios.

O sempre polémico Miguel Relvas havia anunciado com a introdução desta medida um gasto de 344 milhões de euros e a integração de 89 mil jovens no mercado de trabalho (precário). A este ritmo estonteante (digamos três por dia arredondados), estes 89 mil jovens estarão todos integrados no mercado em… 2093! Um grande programa, certamente, mas nessa altura poderá chamar-se apenas “Impulso”. Ou… “Sem Pulso”.