Incentivo à natalidade de Passos é rídiculo com continuação de austeridade, desemprego e precariedade
O anúncio de um plano para o incentivo à natalidade, foi apontado pelos comentadores como a grande novidade saída do Congresso do PSD deste fim-de-semana, mas, como sempre acontece com as supostas “boas notícias” que saem da boca de Passos e Portas, é só retórica.
Em 2013 nasceram apenas 82.538 crianças e os especialistas, no entanto, são claros no diagnóstico: não nascem mais crianças em Portugal devido aos baixos salários e, principalmente, à precariedade laboral e ao desemprego. Sem uma revolução na legislação laboral para reduzir a incerteza, os casais continuarão a não arriscar ter crianças com receio de não as sustentarem.
Aliás, os dados da pobreza infantil levantam o véu sobre uma realidade que tem estado escondida: ter filhos em Portugal significa, em muitos casos, cair na pobreza. Esta situação agravou-se muito desde a imposição do regime de austeridade com o aumento do desemprego e da precariedade.
Mas já estamos habituados a que este governo anuncie com pompa e circunstância sucessos e medidas que não existem ou nunca sairão do papel. Pires de Lima, ministro da economia, anunciou o milagre económico para dias depois ver o FMI desdizer esse sucesso. Pedro Lomba anunciou uma nova política para as migrações que quer captar os melhores cientistas estrangeiros, mas não foi capaz de dizer uma medida desse projeto e não tinha verbas para o realizar, tudo isto depois de milhares de investigadores portugueses terem sido despedidos pelo corte das bolsas de Nuno Crato.
Relembremos que o “visto familiar” que o CDS tinha obrigado o PSD a pôr no programa de Governo há dois anos nunca saiu do papel, porque todas as medidas de destruição da economia e de reforço do regime de austeridade prejudicaram as famílias e nunca teriam a aprovação de semelhante “visto”.
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