Indignação e muita vontade na assembleia de professores das AECs do Porto
Como anunciámos aqui, os professores das Actividades de Enriquecimento Curricular do Porto reuniram no passado sábado. O objectivo do encontro era partilhar experiências e ganhar força para denunciar a vergonhosa situação de exploração a que estão sujeitos estes professores e professoras.
A história é conhecida. Divulgámo-la aqui, desde o início: a Câmara Municipal do Porto é mais uma das inúmeras autarquias que irresponsavelmente encara esta sua nova competência como uma forma de acumular alguma receita e lavar as mãos sobre as condições de trabalho de quem assegura a “escola a tempo inteiro”. Professores sub-contratados pela Edutec, numa garagem e a preço de saldo, sem contrato de trabalho e vítimas dos falsos recibos verdes, para sustentar um negócio infâme que consiste na externalização sucessiva de responsabilidades, em que todos – Governo, autarquias e empresas de trabalho temporário de vão-de-escada – ganham, à excepção dos professores.
Por isso não hesitámos em nos juntar à convocatória desta assembleia, em conjunto com o FERVE e o Sindicato dos Professores do Norte (que disponibilizou as suas instalações para o encontro) – uma conjugação de esforços determinante para quebrar o medo e perspectivar esta luta. Foi um encontro importante do qual resultou muita vontade para não baixar os braços e exigir responsabilidades a quem as tem – desde logo à Câmara Municipal do Porto, que insiste, pela voz do vereador Vladimir Feliz, em defender os seus “parceiros” (ou seja, a Edutec) e tenta diminuir a resposta corajosa destes profissionais, afirmando que se trata duma “minoria que está a gerar algum ruído”. Os professores das AECs do Porto respondem muito oportunamente ao descaramento do senhor vereador:
Deixamos, mais uma vez, a nossa saudação solidária a estes precários e reafirmamos a nossa disponibilidade para nos juntarmos aos próximos passos deste combate, ao lado destes professores e professoras que mantêm a coragem de não aceitar a tirania da precariedade como única forma possível de viver.