Inflacção homóloga sobe 4%

Se a inflação média dos últimos doze meses se cifrou em Março nos 2,3%, a inflação face a Março do ano passado já subiu 4%. Este crescimento rápido e sustentado dos preços resulta do aumento dos preços da energia (subida homóloga de 13,3%) e dos bens alimentares. Na zona euro a inflação anual está nos 2,6%, o que já levou o BCE a aumentar as taxas de juro, visto que tem um mandato para actuar sempre que a inflação subir acima dos 2%.

O que é que isto quer dizer na vida das pessoas?

A inflação alta leva a uma redistribuição da riqueza que é duplamente injusta, afectando sempre mais todos aqueles que têm menores rendimentos e, por isso, menos capacidade de adiarem as suas compras. Para além disto, a inflação actua como um imposto escondido, ou seja, o dinheiro que não está aplicado perde valor. Em termos económicos, pode perturbar a capacidade de exportação, o que, no contexto actual, é grave.
O Governo poderia combater a inflação aumentando os impostos ou diminuindo o seu consumo, mas é precisamente isto que está a acontecer como resultado das medidas de austeridade e os preços das matérias primas não permitem que ela baixe.
O problema é que apesar de uma inflação homóloga de 4%, ou anual de 2,3%, não ser problemático, Portugal e a Europa estão a dar os passos da receita para a baixar e isso também arrefece a economia e aumenta a hipótese de aprofundar a recessão. É também grave que o BCE aumente as taxas de juro, pois isso vai levar a um aumento da Euribor, ou seja, quem tem créditos à habitação vai pagar mais numa altura de enorme aperto económico.
Mais uma má notícia que se vem juntar à tempestade perfeita de recessão,desequilibro externo e desemprego. Parece que isto não está a funcionar.
Notícia Público.
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