Investigadores pelo Mundo :: Sara Levy, Holanda

banner dossier investigadoresEste é o terceiro testemunho do dossier “Investigadores pelo Mundo”. É o testemunho de Sara Levy, uma investigadora a fazer um doutoramento na Holanda. No testemunho, podemos verificar que, ao contrário do que se passa em Portugal, na Holanda os investigadores têm direito a um contrato de trabalho, com todos os direitos a ele associados, desde o início do doutoramento.

Esta série testemunhos irá continuar ao longo das próximas semanas.

1.Que investigação fazes ( IC, PhD, pós doc, etc), área profissional, e o teu trabalho está integrado num projecto de investigação mais amplo ou é um projecto individual?

PhD em transportes e planeamento urbano na Universidade Radboud de Nijmegen na Holanda.
O meu doutoramento está integrado num projecto que inclui 3 doutoramentos (4 anos) e um pós-doc.

2. Que tipo de vínculo contratual tens (bolsa, contrato, etc)? Financiado por quem? Sempre foi assim?

Tenho um contrato de 4 anos (ou 5 a tempo parcial). Fui contratada desde o início do doutoramento, a continuação do contrato era condicional à aprovação do plano de investigação ao fim de aproximadamente 1,5 ano.
O contrato e financiado pela NWO, uma instituição cujo objectivo e financiar investigação cientifica em universidades e outros institutos. A NWO e financiada principalmente pelo ministério da educação ciência e cultura holandês.

3. Que tipo de vínculo têm os teus pares (colegas de laboratório, professores, orientadores)?

Contratos a prazo ate conseguirem “tenure”, quando passam a permanentes.

4. Baseando-te na tua experiência, quais as principais diferenças que encontras relativamente à investigação em Portugal?

Ter um vinculo contratual seguro, com descontos para a segurança social, pensões, e impostos, apoios para transportes, educação de dependentes, etc.
Um salário razoável, que da para viver a vontade (dependendo da cidade), e que é aumentado todos os anos.
Pertencer de facto a universidade, com direito a lugar de trabalho, computador, etc.
Estar estipulado quantas horas por ano tenho exclusivas para o doutoramento e quantas para dar aulas / orientar teses (muito poucas).
Não ter que fazer fretes para os professores.
Não ter que esperar eternamente à porta do orientador por uma reunião.
Poder trabalhar de onde quiser.

5. Tens apoio para fazer uma temporada/trabalho de campo noutro instituto/país para melhorar a investigação que fazes?

Sim. Não sei exactamente o que esse apoio inclui, mas pelo menos a continuação do salário.

6. Qual a percepção pública dos investigadores no país onde trabalhas?

Muitos acham que e um trabalho mal pago, e por isso não há muita gente que o queira ser.

Sara Levy, Holanda

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