JSD avança contra a lei da greve no Barreiro

Hoje, a Juventude Social Democrata (JSD) esteve na estação fluvial do Barreiro a entregar “justificações” para as faltas dos trabalhadores e alunos devido à greve da Soflusa, condenando a inexistência de transportes alternativos, ou seja, afirmando que a empresa deveria não ter acatado a lei da greve e deveria ter disponibilizado (ilegalmente) serviços que suprissem as faltas devido à adesão dos trabalhadores à luta legal e digna.
Segundo a JSD, as greves são “guerras entre trabalhadores e entidade empregadora; quem sofre é a população barreirense que não tem meios para ir a Lisboa e, mais grave, é quando a empresa não faculta alternativos. Para além desta visão conservadora sobre as organizações laborais e ignorando o papel das mesmas na obtenção dos direitos e liberdades de que hoje eles (membros da JSD) usufruem, a JSD aproveitou para afirmar que seria boa a existência de mais um operador nas ligações entre Barreiro e Lisboa, pois assim haveria concorrência e, na prática, deixaria de ser útil fazer greve. Por outras palavras, seria possível retirar a força e utilidade da greve das mãos das organizações de trabalhadores.
A JSD parece seguir as pisadas do seu grupo parlamentar – PSD -, quando este não se mostrou disponível para receber os movimentos que lançaram a petição “Antes da dívida temos direitos!” assinada por mais de 12.000 pessoas. O PSD foi o único grupo parlamentar que não se mostrou disponível para receber os movimentos e também não apresentou qualquer proposta com vista a resolver o problema apontado na petição. O CDS-PP, que tinha proposto apresentar uma solução para o problema de centenas de milhar de trabalhadores, a sua maioria em situação ilegal, também não cumpriu a sua palavra, nunca apresentando qualquer proposta. Juntando-se a este grupo, o PS, cujo grupo parlamentar apresentou uma proposta no dia imediatamente anterior ao debate no plenário da AR, evitou o debate público sobre a proposta em causa, aprovando a sua com a ajuda dos votos do CDS/PP. No entanto, o BE e o PCP apresentaram propostas que iam ao encontro da petição e que podiam realmente ajudar a restabelecer os direitos de milhares de pessoas. Ambas foram derrotadas na AR.
Os movimentos FERVE, Plataforma dos Intermitentes do Espectáculo e os Precários Inflexíveis,avançam agora em conjunto para um debate nacional sobre Segurança Social, nos seus direitos e contribuições.

Os Precários Inflexíveis estarão juntos com todas as pessoas e organizações que connosco se levantem contra a precariedade e a exploração e, necessariamente, contra a hipocrisia de quem, ajudando a precarizar e explorar, dá o dito por não dito e aprova ou deixa aprovar na Assembleia da República legislação que prejudica gravemente a vida de milhares de pessoas.

Intervenção de Rita Rato (PCP) Intervenção de José Soeiro (BE)

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