JSD quer mensalidades de 100 Euros no Ensino Superior
Depois de Miguel Relvas ter retirado da cartola um coelho pró-activo empreendedor, com especial interesse pela venda de pipoca (a mais doce?), eis que a Juventude Social Democrata (JSD) resolve dar caminho ao dinheiro gerado no escoamento do produto. Desta forma todos os estudantes (vendedores de pipocas?!) poderão empreender os seus parcos euros mensalmente no Instituto Politécnico ou Universidade pública que frequentam.
Quem sabe poderia ser incluído no Programa Impulso Jovem como ajuda ao Governo no caminho da privatização e destruição do ensino superior público, onde só quem paga ou quem contrai uma divida através de um empréstimo bancário pode estudar. O ensino torna-se assim um luxo cheio de tiques elitistas, restrito a uma minoria.
Os estudantes, muitas vezes na condição de estudantes-trabalhadores-precários, não estão na disposição de pagar mensalmente uma dívida que não é deles, nem a contribuir de forma encapotada para os cortes no sector. Numa altura em que as famílias empobrecem, o desemprego cresce e as condições de vida se degradam seria bom ver alguma preocupação por parte da JSD relativamente aos privilégios instalados da banca e dos monopólios que geram milhões em lucro nestes tempos de crise bem como na fuga aos impostos dos especuladores que segundo cálculos recentes delapidam o erário público em mais de 30%.
Mas a JSD prefere assim continuar a pedir cheques de 100 Euros por mês a uma grande massa de estudantes e suas famílias, que contam os euros do parco orçamento familiar ou das cada vez mais diminutas bolsas, e continuar a ignorar a real situação do panorama do ensino, onde todos os meses há um significativo número de alunos a abandonar a possibilidade e a oportunidade de um futuro melhor.
A JSD parece assim querer, através do seu experimentalismo, lançar o mote para a privatização total do ensino e devagar devagarinho ajudar na generalização da ideia de que só quem pode pagar tem a possibilidade de estudar!
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