Juventud SIN futuro – Manifesto

Via Juventud SIN futuro: http://www.juventudsinfuturo.net/
Nós, os jovens e as jovens sem futuro, dirigimo-nos à opinião pública para manifestar a nossa discordância com as políticas de cortes sociais do Governo e com a consequência mais grave e de maior impacto que estas medidas representam: os jovens mais bem preparados nossa História vão viver pior do que seus pais.
A agressão contra os jovens numa fase de crise capitalista, com uma taxa de desemprego entre os jovens de 40%, o mais elevado na UE, materializa-se essencialmente em 3 medidas:
1) A reforma das leis do trabalho, que aumentam o tempo dos contratos a termo, a flexibilidade do trabalho e o fim da negociação colectiva, transformam-nos em trabalhadores precários para a vida toda.
2) A reforma do sistema de pensões, aumenta a idade da reforma e reduz o valor das pensões futuras e torna ainda mais difícil a procura de um emprego decente. Tudo isto nos oferece um horizonte sem futuro.
3) A mercantilização da Escola pública, que favorece o lucro privado e não a formação e o conhecimento. Uma universidade de elite para uma minoria e uma fábrica de precários para a maioria, com medidas que dificultam o acesso à universidade e degradam a formação profissional das pessoas.
Somos as jovens e os jovens a quem as elites económicas e as políticas dos governos querem converter na geração sem qualificações, sem trabalho e sem pensão digna. Somos aquelas e aqueles que, além disso, não têm direito a uma casa, porque os especuladores tornaram o direito à habitação num negócio com que se enriquecem; foi este o modelo de crescimento económico que falhou e que causou esta crise. Temos consciência de que as medidas de saída da crise económica têm sido realizadas à custa de uma constante socialização das perdas.
Confrontados com a saída da crise através de políticas de direita, nós, a geração precária, assinalamos os culpados e exigimos sermos ouvidos.
Queremos recuperar a nossa capacidade de sermos os atores da mudança, combatendo um país de precariedade, de desemprego e da privatização da nossa educação. Estamos cientes de que a mobilização e a luta fazem sentido, mas mais do que isso, são necessárias. Itália, França, Grécia, Islândia ensinam-nos que a mobilização é indispensável. O mundo árabe demonstra-nos que a vitória é possível.
Por isso apelamos a um ciclo de mobilizações para recuperar a voz da juventude na rua, e estendemos esse apelo a toda a sociedade civil. Mas nós não confiamos, sabemos que a solução não poderá conter aqueles que criaram a crise. Apelamos à mobilização colectiva, a reivindicar o nosso direito de discordar, a reconstruir o nosso futuro.
Os abaixo assinados, estudantes e membros da comunidade escolar, jovens trabalhadoras e jovens trabalhadores, movimentos sociais, profissionais da ciência; mundo da cultura e das artes apoiam, com as suas assinaturas, este convite para a mobilização.
“Já nos tiraram demasiado, agora queremos tudo de volta”
Manifestação em Madrid: quinta-feira, 7 de Abril – 19h – Praça Antón Martín
Primeiros signatários:
Jorge Riechmann. Profesor titular de filosofía moral de la UAM
Félix Ovejero. Profesor titular de ciencias económicas UB
Marcos Ana. Poeta
Santiago Alba Rico. Escritor
Salvador López Arnal. Profesor de Matemáticas de la UNED.
Almudena Grandes Hernández. Escritora.
Guillermo Toledo. Actor.
Jaime Pastor. Profesor de la UNED.
Luis García Montero. Poeta.
Pulpul (Roberto Gañan) de Ska-p. Grupo musical.
Enrique Santiago Romero. Abogado
Ramón Sánchez Tabarés. Catedrático de Economía Mundial de la UB.
Antonio Domènech. Catedrático de Filosofía del Derecho de la UB y Editor de la Revista Sin Permiso.
Antonio Izquierdo Escribano. Catedrático de Sociología de la Universidad de A Coruña. Consejo Editorial de Público.
Francisco Fernández Buey. Catedrático de Filosofía Moral de la UPF.
Vera Sacristán. Profesora de Matemáticas de la UPC.
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