Liberdade de Escolha ou a Demagogia sobre financiamento de Serviços Públicos? :: Por PSD (um partido do Bloco-Escondido)
É publicada hoje a notícia de que o PSD de Passos Coelho quer riscar Saúde e Educação gratuitas da Constituição. Diz o líder liberal que o Estado “enfia pela goela abaixo [dos portugueses] o social que cada Governo quer”. Pedro Passos Coelho pretende acabar com a garantia constitucional de que a Educação e a Saúde são tendencialmente gratuitas e suportadas pelo Estado, argumentando que na prática, são cada vez mais os portugueses que, para usufruírem estes serviços, acabam por recorrer a privados.
Passos Coelho precisa no entanto de se actualizar no que diz respeito a informação, porque a demagogia tem limites e a sinceridade mínima é exigida mesmo no campo da política suja. Os serviços públicos são pagos por todos porque podem ser de usufruto de todos. Ninguém é obrigado a usá-los, mas todos os podem usar porque são elo da solidariedade entre todos e todas.
Passos Coelho apresenta propostas que ignoram que um terço dos alunos pobres são afastados das faculdades devido á taxa social diferenciadora que dá pelo nome de “Propina”.
Passos Coelho terá porventura deixado passar outra notícia que confirma que em períodos de crise, económica para as pessoas, estas recorrem mais ao sector público de saúde, educação e outros fundamentais. Engrossando o número de utentes que utilizam estes serviços , compreende-se melhor a sua importância, nomeadamente para quem tem menos ou para suportar uma sociedade cada vez mais entregue aos desmandos de grupos de pessoas sem cara, não eleitos, e que capturaram as decisões do poder político em execução.
Com esta proposta, camuflada de “proposta da liberdade de escolha”, Passos Coelho e o PSD terão sempre de explicar algo de forma muito concreta e consubstanciada em números: como se financia, com que valores, para quantos anos, os serviços de saúde e educação pública?
É o mínimo que se exige a alguém que age como primeiro-ministro, e que na prática, já exerce poder de primeiro-ministro-adjunto do governo de “Bloco-Escondido”.
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