Lucro da Jerónimo Martins sobe 22,8% em 2009 e chega aos 200,3 Milhões de €

Alexandre Soares dos Santos e os accionistas do grupo Jerónimo Martins vão este ano retirar 14,3 cêntimos de dividendos por acção, valor que representa um aumento de 30% em relação ao ano anterior (2008). Perante a maior crise económica dos últimos anos ficam bem esclarecidos os fundamentos da crise.

A Jerónimo Martins, decidiu para os seus donos (accionistas), que deveria aumentar o dinheiro retirado da riqueza gerada pelos trabalhadores acima do aumento da taxa de lucro. A taxa de lucro aumentou 22,8% enquanto a taxa sobre a riqueza que foi gerada, e que voa direitinho para os bolsos dos accionistas/donos, aumenta 30%. Quem decide? Eles próprios.

Isto explica porque razão as empresas têm sido as causadoras do aumento do fosso entre patrões e trabalhadores. Explica também, porque razão quando existem dificuldades nas empresas, a extursão levada a cabo nos anos de lucro penalizará a (in)capacidade da manutenção da própria existência e dos postos de trabalho envolvidos, dada a falta de investimento estrutual nas próprias empresas.
Mais, explica também, porque razão Portugal continua a desenvolver os sectores de retalho, não produtivos, ao mesmo tempo que destroi toda a cadeia produtiva… porque dá lucro, e muito, aos donos e accionistas. E eles bem sabem que amanhã ninguém lhes pedirá responsabilidades sobre a inconsciência social ou até o assalto à riqueza gerada por um colectivo (a empresa/trabalhadores) em proveito próprio.
Estará porventura na hora de exigir algumas mudanças ao poder legislativo. Essas mudanças podem passar por:
  • Legislar no sentido de proibir os despedimentos em empresas com lucros nos últimos anos.
  • Tornar obrigatório o reinvestimento de uma percentagem dos lucros na própria empresa no que diz respeito a medidas que fortaleçam a manutenção dos postos de trabalho a médio e longo prazo.
  • Exigir, urgentemente, que tal como noutros países europeus (França, por exemplo), todas as empresas que tenham lucros façam a distribuição de parte deles com quem trabalhou para os produzir: os trabalhadores. 

Numa sociedade onde nos vendem o mérito e a capacidade individual como chave do sucesso, seria uma incoerência não assumir o mérito dos trabalhadores nos lucros das empresas.

Ver:
Jerónimo Martins com lucros recorde de 200 milhões de euros Distribuição: Lucro da Jerónimo Martins sobe 22,8% em 2009 e chega aos 200,3ME
Dividendo da Jerónimo Martins aumenta para 14,3 cêntimos
Analistas aplaudem “forte conjunto de resultados” da Jerónimo Martins

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