Mais 3 milhões de pobres por ano no mundo. Mais trabalho precário e produtividade individual em Portugal. Menos salário em Portugal. Mais promessas mentirosas dos corruptos do mundo.

Há notícias que, sem dados que as justifiquem, mais parecem um comunicado de Durão Barroso, Sócrates ou Merkel. Não há contraditório, não há jornalismo, não há informação. No entanto, sabemos das pressões a que os jornalistas (quase todos precários) estão sujeitos. Ainda assim, hoje foram divulgadas várias notícias que informam e são justificadas por números e avaliações estatísticas oficiais e não desmentidas. Começamos pelos comunicados (2) via DN e seguimos com um resumo das restantes:
DN: “Europa quer retirar 20 milhões de pessoas da pobreza
Finda a Estratégia de Lisboa 2000-2010, a União Europeia estruturou as políticas e as metas para a próxima década. A pretensão do Plano Europa 2020 é aumentar a empregabilidade para 75%; retirar 20 milhões de europeus da pobreza; aumentar os investimentos em I&D para 3% do PIB; reduzir o abandono escolar e aumentar os diplomados no ensino superior para 40% da população. No que respeita ao clima e à energia, os objectivos estão vinculados com a aplicação de tecnologias verdes na óptica da sustentabilidade e da geração de empregos. 
Outra “notícia”/comunicado via Diário de Notícias. Esta arrisca-se a ser a piada do dia:
DN: “UE quer apostar no sector privado para combater a pobreza”
A União Europeia vai defender na III Cimeira com África, na segunda e terça-feira em Tripoli (Líbia), o reforço do setor privado como forma de alcançar o crescimento económico necessário ao desenvolvimento e luta contra a pobreza.
Fonte comunitária sublinhou hoje, em Bruxelas, que a mega reunião entre 80 chefes de Estado e de Governo servirá para dar “uma nova dimensão e mais ambiciosa” à cooperação entre os dois continentes”. A cimeira entre União Europeia (UE) e África, em representação de 1,5 mil milhões de pessoas, tem como tema “Investimento, Crescimento Económico e Criação de Emprego”.
Notícia Jornal de Notícias com números não desmentidos:
JN: “Número de pessoas em extrema pobreza subiu três milhões por ano na última década
O número de pessoas que vive em extrema pobreza aumentou em três milhões por ano na última década, atingindo os 421 milhões em 2007, duas vezes mais do que em 1980, segundo a Organização das Nações Unidas. Os dados fazem parte do relatório de 2010 da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (CNUCED) sobre os países mais pobres do Mundo.
Notícia no Diário de Notícias, números incluidos e não desmentidos:

DN: “Mais produtivos, mas com salários menores” (sobre Portugal)

Os trabalhadores por conta de outrem com qualificações mais altas estão entre os mais penalizados pela crise que já afecta os salários na economia portuguesa.
Apesar de o Código do Trabalho impedir cortes salariais, na prática há cada vez mais empregados a perder poder de compra. Dados do INE mostram que, no terceiro trimestre deste ano, a quebra no salário médio líquido das profissões intelectuais e científicas foi a mais alta de sempre, destoando da tendência seguida na maioria dos grupos profissionais, onde ainda houve margem para melhorias.
Parte substancial da erosão salarial nas profissões mais qualificadas estará directamente ligada à precariedade dos trabalhadores mais jovens e às restrições orçamentais do sector público, que afectam sobretudo os professores.
Notícia Público com números não desmentidos:
Público:“Trabalho temporário tende a reduzir emprego e produtividade do país”
As reformas laborais que criaram uma dualidade entre os contratos fixos e os temporários poderão, a prazo, “reduzir o emprego total” e ter um efeito “significativo no abrandamento da produtividade”, conclui o relatório anual da Comissão Europeia sobre o mercado laboral europeu em 2010, ontem divulgado.
O relatório mostra que Portugal está entre os três países da UE com maior percentagem de trabalho temporário (com a Polónia e Espanha). Em Portugal, é temporário um em cada cinco trabalhadores de idade entre os 15 e 49, contra um em cada dez na UE, tal como acontece com a Alemanha e a Suécia. Na Polónia e Espanha é um em cada quatro.
 
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