Mais de 100 mil portugueses saíram do país em 2011

É o próprio Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas que diz que em 2011 deverão ter emigrado entre 100 e 120 mil portugueses e portuguesas. O Governo não tem nenhuma estatística oficial acerca da emigração, mas, de acordo com o governante, a tendência é para aumentar.
De acordo com o departamento de estrangeiros da Secretaria Nacional de Justiça do Ministério da Justiça brasileiro entre Dezembro 2010 e Junho 2011 o número de portugueses a pedir residência aumentou para cerca de 328 mil.
Depois das declarações de Passos Coelho, aconselhando os professores desempregados a emigrar para os PALOP, depois das declarações do Secretário de Estado do Desporto, que apontou a emigração como a saída para os jovens qualificados e desempregados, e depois das declarações de Paulo Rangel (deputado europeu do PSD), que propôs uma agência para promover a emigração, sabemos que o Governo em menos de 1 ano de mandato desistiu.

Só um Governo que desistiu por completo de governar é que pode, simultâneamente, apontar a porta de saída como a solução para os mais qualificados e nada fazer face ao fluxo migratório que diz estar a aumentar.
Se a saída de alguém de um país representa sempre uma decisão pesada ao nível individual, para um país  envelhecido e pouco qualificado como Portugal a saída dos mais jovens e dos mais qualificados é um trágico desperdício e o hipotecar do futuro.
Felizmente que têm surgido movimentos de contestação ao regime da austeridade que está a afundar o país e que esses movimentos têm propostas. Só sairemos do regime da austeridade demonstrando que um Governo que desistiu das pessoas não tem o direito de se manter a governar.
No próximo dia 21 de Janeiro estaremos nas ruas.
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