Mais de 80% do emprego criado no 2º trimestre é precário
A edição de hoje do Diário Económico revela uma outra leitura sobre os dados relativos ao emprego divulgados ontem pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Além da descida (devido ao efeito sazonal) da taxa de desemprego em apenas três décimas não permitir grandes celebrações, ficamos também a saber que mais de 80% do emprego criado no trimestre passado tem uma natureza precária (carrega em “ler mais” para ver a notícia e os dados do INE).
Os números oficiais são assustadores: taxa de desemprego nos 12,1%, precariedade a impôr-se como regra esmagadora. Infelizmente, sabemos como a realidade é ainda mais grave: o número de pessoas sem emprego, muitas delas já esquecidas pelas estatísticas oficiais, andará cada vez mais próximo de um milhão.
O desemprego e a precariedade são os dois grandes dramas sociais, duas faces da mesma moeda, que se alimentam e crescem em conjunto. É preciso derrotar o discurso que sugere que “mais vale a precariedade que o desemprego”, como se a alternativa fosse apenas essa, como se a única saída fosse abdicar de direitos e rendimentos – é neste discurso que cresce o desespero e a aceitação da precariedade como regra nas relações laborais. É essa ideia que vai justificar a tentativa do Governo em suspender o limite dos contratos a prazo ou implementar o contato único, terminando com o contrato de trabalho tal como o conhecemos hoje.
notícia no Diário Económico, aqui.
estudo do INE: resumo e tabelas com valores.
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Só quem anda à procura de emprego, há algum tempo, é que se depara com o real estado da economia nacional. Maior parte das ofertas de emprego existentes, hoje em dia, são via agências de emprego temporário, e, mesmo essas, raramente vão além dos call-centers; empregados de armazém; e, de vez em quando, algum secretariado, mas muito pouco.
Fora as agências, resta o IEFP, que é uma inutilidade autêntica. Basta ver as ofertas que têm no site ou, no caso de alguém querer ficar frustrado e com o dia estragado, ir a uma «sucursal» do IEFP em qualquer «capital» de Concelho. Por norma, somos mal tratados/as, por técnicas javardas, que têm o 12º (ou até mesmo ensino superior), mas que, acima de tudo, têm, sobretudo, uma vergonha falta de tacto humano / social, e boas cunhas, para manter emprego bem bom.
Este país é ridículo. Ninguém tem futuro nesta merda. Temos o dobro e o triplo das habilitações dos nossos pais e temos menos que eles. Que paradoxo.
«É a crise, é a crise». É a crise o caralho, pá. É mas é a falta de coragem de dez milhões de palhaços, que bem podiam vir para as ruas e tomar conta do país.
Com panhonhas como os do M12M, não vamos a lado algum. Movimento criado por ex-Jotas que ficaram tristes por não arranjar tachos. Snif.
Metam os olhos nos espanhóis.