Mais de 90% dos jovens desempregados vive sem apoio. Mais de metade do conjunto dos desempregados não tem acesso ao subsídio

Uma notícia do Jornal de Negócios revela que apenas 8,6% dos desempregados com menos de 25 anos tem acesso ao subsídio de desemprego. Concretamente, apenas cerca de 10 mil dos 126 mil destes jovens trabalhadores tem apoio na situação de desemprego. Este números resultam das “leitura conjugada dos dados oficiais do Ministério do Trabalho, por um lado, e das estimativas de desemprego do Eurostat, por outro, ambos relativos a Abril”.
Os números do desemprego não param de crescer e entre os jovens trabalhadores a situação é particularmente grave. No entanto, ainda segundo a notícia do Jornal de Negócios, comparando com Abril deste ano com o mesmo mês do ano passado, o número de desempregados apoiados diminuiu 21% e o número de subsídios de desemprego atribuídos reduziu 19%. O plano geral é assustador: apenas 43% do total de desempregados tem apoio nesta situação de dificuldade.

Este é o resultado combinado de várias escolhas trágicas. A economia continua a servir para poupar e compensar os culpados pela crise, destruindo empregos, baixando salários e impondo a precariedade. Cada vez mais pessoas, quando conseguem trabalho e contrato, não conseguem contribuir dias suficientes para a Segurança Social para terem acesso a qualquer apoio. Ao contrário do que era necessário no momento que atravessamos, as regras para a obtenção de subsídio de emprego foram revistas para criminalizar o desempregado e, dessa forma, chantagear todas as pessoas que ainda têm emprego – e o acordo do Governo com a troika, subscrito por PS, PSD e CDS, prevê ainda baixar mais o valor do subsídio de desemprego (que ainda vai baixando gradualmente ao longo do período da prestação), as condições para a sua manutenção e o tempo a que se tem direito ao apoio.
A estes números, que revelam brutalmente a precarização generalizada e as suas consequências, é preciso juntar outras realidades. Desde logo, os 20% de pobres (números oficiais) que têm emprego mas não têm rendimentos suficientes para viver com um mínimo de condições. Paralelamente, o trabalho informal e o sub-emprego, os eternos biscates e os salários muito baixos estão a tornar-se a única forma de vida possível para muitas pessoas que, não contando na estatística dos desempregados, apenas sobrevivem com o seu trabalho.

Notícia do Jornal de Negócios: Apenas 9% dos jovens desempregados recebe subsídio

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