Manifestação – Ministério pretende despedir até 30 mil professores contratados

A manifestação convocada para amanhã às 15h no Rossio foi convocada pela FENPROF e engloba várias organizações de professores. As decisões do Ministério de Nuno Crato incluem, entre outras, criar mega-agrupamentos, aumentar o número de alunos por turma, rever os currículos e acabar com 25 mil horários das escolas. O resultados destas medidas significará, para os professores contratados, aqueles mais precários e vulneráveis, o despedimento.

 O secretário-geral da FENPROF, Mário Nogueira, refere que “o objectivo por trás das agregações (…) era essencialmente despedir gente”, “limpar do sistema tudo que são professores contratados, mas a dose foi de tal forma forte que não só limpa os contratados como entra pelos quadros dentro, e são milhares de pessoas que vão ficar com horário zero”.


Estas medidas estarão principalmente relacionadas com o memorando da troika, tendo em vista reduzir brutalmente o número de funcionários do Estado, nomeadamente professores. A precarização as que os professores contratados sempre estiveram expostos faz com que estes sejam as primeiras vítimas neste processo. A defesa antiga da flexibilização e da modernidade e liberdade associadas à mesma mostram cruamente qual a realidade: professores e professoras contratados a prazo são os primeiros a ser despedidos, e neste caso de forma massiva. A permutabilidade entre a condição de precário e de desempregado mostra-se, como em outros casos: quanto mais precariedade mais desemprego. Se o ministério conseguir levar a sua avante neste despedimento, as vítimas seguintes serão os professores do quadro (que aliás com estas medidas já são sobejamente prejudicados pelo aumento da carga horária, do número de alunos e de condições para o ensino). A proposta já está inscrita no Código do Trabalho: precariedade para todos! Com as políticas defendidas por Nuno Crato perde o ensino público, professores, alunos, pais, o país.
Amanhã serão muitos e muitas a manifestar-se contra a injustiça destas medidas, contra a sua condição precária e contra o maior despedimento colectivo da história deste país. A Associação de Combate à Precariedade – PI estará presente, apoiando todos os professores nesta luta contra o tempo, contra a precariedade, por direitos e por um Ensino Público de Qualidade.

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