Manifesto da Porta do Sol ocupa Madrid e Barcelona "por um governo dos cidadãos. Uma democracia participativa"
Cidadãos em Espanha ocupam a Praça-Porta do Sol, em Madrid. Identificam-se como “um grupo de cidadãos de diferentes idades e estratos sociais” que afirmam sentir-se “atraiçoados” com a sua falta de representação e com “as traições levadas a cabo em nome da democracia”. Ocupam as ruas, o espaço público, por uma reforma da Lei Eleitoral “que devolva à Democracia o seu verdadeiro sentido: um governo dos cidadãos. Uma democracia participativa”. Afirmam que “O descrédito da política trouxe consigo o sequestro das palavras por parte daqueles que têm poder. Devemos recuperar as palavras, dar-lhes novo significado para que não exista manipulação com a finalidade de deixar a cidadania indefesa e incapaz de acção colectiva”. “Não apelamos à abstenção, apelamos à necessidade de que o nosso voto tenha uma influência real na nossa vida.”
“A Democracia Real opõe-se ao descrédito paulatino das instituições que dizem representar-nos, convertidas em meros agentes de administração e gestão, ao serviço de forças do poder financeiro international.”, afirmando que o estado actual da democracia é devido a “aparelhos burocráticos corruptos” que impedem a participação e cidadania.
“É preciso construir um discurso político capaz de reconstruir o tecido social, sistematicamente vulnerado por anos de mentiras e corrupção. Os cidadãos têm perdido o respeito aos partidos políticos maioritários, mas não significa que percam o seu sentido crítico. Pelo contrário, não tememos a política. Tomar a palavra é política. Procurar alternativas de participação cidadã, é Política”.
Apesar das ameaças do governo local de reprimir o protesto através do dispositivo policial, os manifestantes, organizados, pacíficos, mantêm-se na praça, aliás, inundam-na esta noite. Em Barcelona também já se acampa. Redigiram um documento de princípios, conjunto, de acordo ou compromisso do colectivo que os une, porque identificaram que é a força do conjunto sempre o que é mais importante.
O manifesto aponta os culpados da situação actual, aqueles que contribuiram com o seu trabalho para o descrédito da política e ao estado de degradação da sociedade: o FMI, a NATO, a União Europeia, as Agências de Rating, e em Espanha, os grandes partidos como o PP e o PSOE.
Ver:
by