Mário Centeno: quem é o economista que prepara o programa para o trabalho do Partido Socialista?
O Público de hoje dá conta de que Mário Centeno será um dos economistas que irá ajudar a preparar o programa do PS de António Costa. O jornal apresenta-o como um liberal que tem escrito especialmente sobre o mercado de trabalho com “propostas inovadoras”, mas este assessor especial da Administração do Banco de Portugal é muito mais do que isso.
Mário Centeno estudou em Harvard e é hoje professor de economia do trabalho no ISEG. Recentemente escreveu um ensaio para a Fundação Francisco Manuel dos Santos (dos donos do Pingo Doce) intitulado “O Trabalho, uma visão de mercado”. Nesse livro o economista lança a sua tese: o mercado de trabalho em Portugal está segmentado entre os mais velhos, que estão super protegidos, e os mais novos, que sofrem todos os problemas de um mercado de trabalho pouco flexível. Assim, Centeno apresenta a sua solução: eliminar os “atritos” que impedem o mercado de trabalho de ser mais rápido. Esses atritos são, percebe-se, os direitos dos trabalhadores, que, de acordo com o autor, lhes são prejudiciais.
Por isso, Mário Centeno apresenta a sua Quimera: o contrato único. Simples e flexivel, substituindo os contratos com termo incerto ou indeterminado, os contratos a prazo e os contratos temporários. Um contrato único, o mais precário de todos e para todos.
Quando em 2006 fez parte da Comissão do Livro Branco das Relações Laborais, que alterou o Código do Trabalho no sentido de mais “flexi segurança” (ficando só a flexi e pouca segurança), nem os patrões foram capazes de acompanhar as suas propostas. Como sempre acontece aos economistas liberais, na sua opinião a reforma falhou porque não foi suficientemente longe na precarização das relações laborais. Era necessário eliminar da equação os “insiders”, como os sindicatos.
Hoje António Costa surpreende e assusta ao pedir ajuda a Mário Centeno para escrever o programa de governo do PS, porque a troika, Passos Coelho e Pedro Mota Soares alteraram a legislação laboral enormemente nos últimos anos, facilitando os despedimentos, retirando apoios ao desemprego, destruindo a contratação coletiva e arrasando os salários. No entanto, e apesar da destruição do direito do trabalho no sentido da precariedade, o desemprego não baixou e o emprego continua a baixar.
Por isso, o sonho de Centeno é o pesadelo que hoje se vive nas relações laborais e parece um mau sinal que se convide este economista para vir adicionar gasolina ao inferno que são hoje as relações laborais.
Mas não ficamos parados, os Precários anunciaram ontem a preparação de um Plano de Emergência para combater a Precariedade e o Desemprego e falaremos com todos os atores sociais para defender um caminho oposto ao que tem sido seguido porque não queremos escolher nada do triângulo das Bermudas da precariedade, desemprego e emigração.
Entrevista de Mário Centeno ao Público em 2011 e CV aqui.
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Quem escreveu este artigo não leu o livro do Mário Centeno da FFMS em questão e não sabe do que está a falar minimamente.
Realmente estranho muito que António Costa, um homem conhecedor da trama política se deixe seduzir por um lobo com pele de cordeiro. Feito aqui o retrato de Centeno, será que Costa o desconhece? Da maneira como quer intervir no financiamento da Seg.Social, dá para perceber que nada de bom por aí virá, mas a procissão ainda agora vai no adro. Só espero que não tenhamos perante mais um Cavalo de Troia ou troyca.
Se o senhor António Silva nega taxativamente as afirmações constantes do artigo, porque não sustenta o que diz?? Diz não porque não?? Que ‘argumentação’ tão poderosa!!
O meu comentário não é moderado?? Ofenfi alguém??
Eu tenho medo deste indivíduo, para mim o discurso deste cidadäo näo tem nexo nem diz coisa com coisa. O discurso usado baseia-se na demagogia exagerada, utiliza múltiplas vezes frases e palavras dificilmente compreensíveis. Francamente desconfio de alguém com tiques de riso enquanto discursa enigmaticamente acerca de assuntos bastante sérios…desconfio…
Para mim esse livreco nem merece ser lido, esse Mário Centeno, para mim não passa dum doutorzeco que tal como os outros nunca nos alertou para a crise que chegou. Prova que é um taxista é estar no Banco de Portugal
Grande curriculo…. “Mário Centeno estudou em Harvard e é hoje professor de economia do trabalho no ISEG”::::: Estudar em Harvard é fácil, basta haver alguma fundação para pagar as propinas dessa universidadezeca onde os seus economistas nem sabem trabalhar com o Excel…
procurem este artigo vergonhoso de dois génios de Harvard: “Growth in a Time of Debt”, also known by its authors’ names as Reinhart–Rogoff, an economics paper by American economists Carmen Reinhart and Kenneth Rogoff….
Acerca das cadeiras de economia do trabalho, enfim…
Resumindo: esse génio quer acabar com os poucos direitos dos trabalhadores unilateralmente, isso é ilegal, se eu soubesse que era assim há já uns 20 anos estava numa Universidade Inglesa, para a qual fui convidado, só aqui fiquei pela nossa avançada legislação laboral e segurança no emprego.
Estive a reler o Livro que o Mário Centeno escreveu para a Fundação Francisco Manuel dos Santos, e achei curioso (ou talvez não) que aquilo que ele defende não esteja reflectido no Cenário Macroeconómico do Partido Socialista, ou, do pouco que está, nem o PS nem o próprio Centeno falam disso.
Curioso.
voto ps,e vou continuar a faze-lo.entre um psd e um ps com mario centeno a dar palpites( não acredito que costa leve à letra o que diz o centeno) não tenho outra opçao.que há malta com bons ordenados que se mantêm a trabalhar,(quando se podiam reformar) para não “aturar” a mulher em casa, é uma verdade.para estes, e outros casos, devia haver um tratamento diferente,para abrir portas aos mais novos.
,temos que repensar a segurança social .pagarmos mais imposto em bens sumptuosos,no bilhete do futebol,no restaurante de luxo,na compra de um barco de recreio, no carro de luxo nas ferias no estrangeiro etc etc.cada sexagenario que sai e é substituido por um jovem com salarios de miseria à passos coelho,é estarmos diariamente a hipotecar o nosso futuro.ele disse à cerca de dois meses, que lamentava não ter diminuido os custos de trabalho neste mandato. no futuro irá certamente crtamente se os portugueses forem malucos!
nunca pensei que esta”tropa” da direita ficasse com tanta azia.
Pôrra ! Já é tempo de uma vez por todas ASSUMIIREM QUE PERDERAM.
Custe muito assumirem que perderam a maioria?
E que a MAIORIA é a esquerda?
Custa ? Saibam assumir 760.000 (!) votos a menos!
Vocês já metem nojo…
Bonito! A precaridade como forma de submissão só para alguns passa a ser para todos, e no topo os ditadores! Mais um promotor de ditaduras mascarado de democrático que deve ser mantido debaixo de olho!
viver no caos, ou, em terra de cegos quem tem olho é rei?