Massacre – os primeiros dados do Orçamento de Estado
Um governo de sádicos apoiado pelos especialistas mundiais do sadismo, vindos da troika, apresentará o novo Orçamento de Estado para 2014. A austeridade aumenta de 4788 milhões para 5652 milhões de euros. Primeiras informações: tirar 108 milhões às pensões de sobrevivência, cortar 120 milhões aos ministérios, reduzir 220 milhões nos salários com a tabela salarial única nas empresas públicas. A previsão é continuar a aumentar o desemprego em 2013 e 2014. Passos Coelho pede que se finja que o orçamento é outra coisa.
Findou o mito fabricado da descida do desemprego. Em 2013 e 2014, o desemprego será acima de 17%. Este ano vai cair pelo menos 3,9% e em 2014, pelo menos 0,5% (algo que naturalmente será revisto para adaptar-se à realidade). A resposta: despedir mais e retirar mais apoios no desemprego. A lógica que favorece a descida dos salários e a precarização de quem trabalha, a proposta política da escravização da população. É uma previsão conservadora de apenas mais 22 mil desempregados em 2014.
Passos Coelho anunciou hoje no Congresso Nacional dos Economistas um “choque de expectativas”, que é como quem diz, a queda do fraco investimento que ainda resiste e que cairá, resultado das medidas do orçamento-massacre, e da necessidade dos economistas de “recentrar essas expectativas”. Passos Coelho, que há muitos meses repete a mesma cassette ideológica, tanto que seria bastante lógico chamar-lhe Cassette Coelho, continua a defender os méritos do programa de troika e pede ainda aos economistas para fingirem que as medidas não vão acontecer, “recentrando” as expectivas, ignorando e tentando como de costume esconder aquele inconveniente chamado “realidade”.
A versão que será oficialmente divulgada é a de que os cortes acima do previsto são para mostrar aos mercados o empenho do governo português em cumprir as metas e arranjar margem de manobra para compensar as medidas que serão chumbadas por serem inconstitucionais. A verdade é outra: o Governo Passos-Portas recebeu um mandato para executar uma política de lança-chamas, a política da terra queimada, cortando e massacrando tudo o que pode, quando o seu fim é iminente e está à vista. Este governo será usado como o bode expiatório, no final pedirá um novo resgate e sairá, dando a um novo governo do acordo da troika, banca, finanças, grandes empresários e presidente da república espaço político para continuar o massacre previsto para todo o Sul da Europa.
A pressão popular é clara e inequívoca: o que se quer não é apenas o fim do odiado governo-zombie, ilegítimo por todos os motivos, começando pela mentira colossal da sua proposta eleitoral e terminando pela quantidade crescente de factos de podridão que se acumulam sobre o mesmo (já não dá para lembrar tudo, sequer – de Relvas a Machete, de Franquelim Alves a Paulo Portas, de Maria Luísa Albuquerque a Joaquim Jorge Pais, entre tantos outros). A pressão popular pede o fim deste governo pelas políticas que o mesmo implementa, pelas políticas da troika. A pressão popular pede a saída da troika, que com uma política de lança-chamas incendeia e massacra a população – reformados, precários, desempregadas, funcionários públicos, quem trabalha em geral ou quem quer trabalhar.
É urgente participar nesta maré de contestação, neste Outubro Quente, e cair, onda-após-onda, sobre o governo e a troika, não lhes dar descanso. A 19 de Outubro todos às pontes, a 26 de Outubro, todos às ruas! Ponte-a-pé no Governo! Que Se Lixe a Troika! Não Há Becos Sem Saída!
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