Media Capital despede 30 nas rádios M80 e StarFM

A Media Capital Rádios, cujo presidente do conselho de administração é Miguel Pais do Amaral (à direita), pretende despedir até ao fim do mês 30 profissionais que asseguravam a programação das rádios M80 e StarFM. Outros grandes grupos de rádios, como o grupo Renascença ou Música no Coração, têm vindo a aproveitar as alterações introduzidas à lei da rádio pelo governo de José Sócrates, em dezembro de 2010, para alterarem a estrutura das suas rádios locais, dispensando dezenas de trabalhadores. Uma das importantes alterações introduzidas faz com que as rádios deixem de estar obrigadas à emissão de um mínimo de oito horas de programação local entre as 7h e as 24h (incluindo blocos noticiosos com informação local), horas essas, quase sempre dinamizadas por animadores e jornalistas locais.
Para entregar toda a estratégia das rádios locais aos grupos económicos, o governo anterior permitiu que  todas as rádios ou frequências atribuídas a um concelho possam ser temáticas, deixando de proteger os ouvintes no que respeita à garantia da existência de rádios ou projectos generalistas (incluindo a informação local).  Assim, tal como aponta a notícia da Lusa, os grupos deixam de estar “obrigados” por lei a manter os quadros que asseguravam a programação local nos vários concelhos em que possuíam rádios locais a funcionar em cadeia (M80, Nostalgia ou Mega FM, apenas para referir algumas estações dos maiores grupos) e estão a dispensá-los.  O grupo Media Capital Rádios junta assim os profissionais da M80 e da StarFM aos já despedidos da CidadeFM. 
Miguel Pais do Amaral, presidente do conselho de administração da MCR, já é conhecido pela sua conduta pistoleira nos media. Antes, foi acusado por José Eduardo Moniz por ter exercido pressões para o fim do Jornal de 6a (da TVI) dirigido pela jornalista Manuela Moura Guedes, cujo conteúdo era muitas vezes incómodo para o governo de Sócrates. Também pelas mãos de Pais do Amaral, ou do seu grupo Leya (Editores), foram destruídos dezenas de milhar de livros da autoria de Jorge de Sena, Eugénio de Andrade, Eduardo Lourenço e Vasco Graça Moura, publicados pela ASA ao longo da última década. O “abate” de algumas das obras poderá mesmo ser ilegal. Pais do Amaral, já este ano, despediu cerca de 45 trabalhadores no grupo Leya.
As rádios locais, os profissionais, e o público, ficam com as leis dos governos de austeridade à mercê de homens como Pais do Amaral, dispostos a tudo para manutenção e concentração do seu poder económico.
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