Miguel Relvas: O ministro que é homem dos negócios e não gosta de liberdade de imprensa

Miguel Relvas, alto responsável do governo de Portugal é reconhecido como o homem forte do mesmo governo. Desta vez, sobre um artigo escrito por uma jornalista do Público – Maria José Oliveira – o ministro, sob a perspetiva de publicação de uma notícia menos positiva para si e para o governo, ameaçou fazer uma queixa à ERC – Entidade Reguladora para a Comunicação Social – e promover um «blackout» de todos os ministros ao jornal. Mas não satisfeito com a chantagem sobre a jornalista (e sobre a liberdade de imprensa) Relvas tornou a sua estratégia numa forma de guerrilha pessoal ameaçando divulgar na Internet dados da vida privada da jornalista.

Este caso de ameaça e chantagem surgiu quando a jornalista escrevia uma notícia sobre o depoimento do ministro na sua audição no Parlamento sobre as secretas, caso que evidenciava a ligação existente entre o poder político, económico e as agências de informações secretas do governo. Hoje, sob os governos de austeridade, os governo são os negócios, e os negócios têm boys colocados em lugares estratégicos para o país e para a segurança das pessoas.
Já antes, noutra das suas conhecidas intervenções, o ministro Relvas levou à extinção do programa de rádio “Este Tempo”, da Antena 1, devido às opiniões de 4 comentadores considerados incómodos para o poder. Na altura, o tema das críticas incómodas foi o deprimente espectáculo de regime organizado por Relvas associando o governo de Portugal aos negócios entre Portugal e Angola, nomeadamente com a família do presidente Angolano José Eduardo dos Santos.
Desta vez (e mais uma vez), a peça jornalística acabou por não ser publicada, numa decisão da direção do jornal Público. Mas confirma-se que na relação da política com a democracia e com a liberdade de imprensa apenas se pode exigir e lutar pela liberdade no seu todo, bem como independência total. 
Miguel Relvas não respeita a liberdade, de imprensa ou de crítica, e não respeita por isso um dos fundamentos da democracia. Não deve por isso servir-se de um cargo eleito democraticamente para as suas chantagens e ameaças.

Ver:
Miguel Relvas não explicou ameaças a jornalista
Rosa Mendes: crónica ajudou ao fim do programa
Fim do “Este tempo” ou as Crónicas silenciadas (PI)

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