Ministra usa precários como reféns

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Nunca tal se vira: dois terços de todos os professores portugueses manifestaram-se em Lisboa no sábado passado. Isolado, o governo parte agora para a chantagem, ameaçando que os professores contratados não poderão renovar os contratos sem uma avaliação de desempenho. A ministra procura assim tomar como reféns os oito a 12 mil jovens professores contratados. Para obrigar as os professores a aplicar o seu modelo de avaliação, a ministra pendura de fora da janela os mais prejudicados de todos os professores, os que são colocados a centenas de quilómetros de casa, os que não sabem se e onde terão trabalho no ano seguinte, os que ganham muito menos que os seus colegas. E anuncia: se as escolas não obedecerem, deixa-os cair.

Este é um sinal de desespero, mas é também mais um belo exemplo das razões da precariedade no Estado. Este patrão pode ser tão mau como os piores e a precariedade – neste caso, dos professores contratados – é sempre um instrumento da redução de direitos e de abuso sobre os trabalhadores da função pública. Tudo piora quando o Estado é representado por Maria de Lurdes Rodrigues.

Para acompanhar a luta dos professores, visita Movimento Escola Pública

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