Pedro Mota Soares, do CDS, e Ministro da Solidariedade e Segurança Social, tem sido presença constante nos media sempre que se fazem anúncios e vernissagess sobre a “justiça na austeridade”. Desta vez, Mota Soares usou o seu habitual prime-time para o seu também já habitual espectáculo mediático de anúncio de mais uma inovação de justiça social: o Subsídio de Desemprego, habitualmente pago entre os dias 10 e 16 de cada mês, passaria a ser pago sempre a dia 22. Mas logo o Instituto da Segurança Social esclareceu, afinal, dia 22, seria dada a ordem de pagamento, e isso não representaria qualquer garantia de que o apoio esteja disponível nesse dia para quem sobrevive com dificuldades. Mota Soares, na prática, atrasou a data de pagamento do apoio no desemprego, mas aproveitou para chamar os media e anunciá-lo como mais uma medida de rigor na gestão da Segurança Social. Puro engano, toda a intenção.
Mais uma vez a justiça social ficou pelo anúncio de prime-time, e os trabalhadores, nomeadamente os desempregados e os precários, já reconhecem a forma de actuação de Mota Soares: justiça nos media, perseguição e desrespeito nos actos e escolhas políticas.
Entretanto o Ministro do CDS continua a insistir em não assumir a responsabilidade política quando são cometidos atropelos e injustiças, nomeadamente os que dizem respeito à cobrança coerciva de dívidas injustas aos trabalhadores precários a falsos recibos verdes, mas também, aos erros constantes dos serviços, quer na atribuição dos escalões de contribuição, quer na falta de divulgação de informação que suporte o cumprimento da lei.
Este é apenas mais um exemplo de desrespeito e tentativa de engano dos trabalhadores, neste caso, dos trabalhadores desempregados.