Mota Soares privatiza o desemprego, ganham as empresas de recrutamento

Mais uma vez, ganham as ETT's
Mais uma vez, ganham as ETT’s


O Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social aprovou esta segunda-feira o decreto-lei, anunciado há 3 anos, que permite que as agências de emprego privadas se substituam aos centros do Instituto de Emprego e Formação Profissional.

O decreto-lei é claro: “as entidades que desenvolvam a actividade económica correspondente a agência provada de colocação de candidatos de emprego” podem passar a realizar “serviços de emprego” em igualdade de circunstâncias com os serviços do Estado.

Num só diploma uma derrota e uma vitória. Uma derrota para a política de emprego do Estado, que assume que o IEFP não é capaz de colocar desempregados em empregos. Uma vitória para as empresas de Recursos Humanos, que irão ser subsídiadas pelo governo para fazer o que o IEFP deveria fazer.

Mas para além disso, também há um engano. O IEFP é uma estrutura ineficaz e sem meios humanos e materiais para realizar as suas funções – isso é verdade – mas se não consegue colocações de desempregados não é porque os seus técnicos são maus trabalhadores. A questão é que em Portugal não há emprego por causa do regime de austeridade.

Agora, com esta falsa-boa-ideia, o ministro vai transferir fundos para a Kelly, para a Egor, para a ManPower, para a Vedior, para a Select, para fazerem o que o IEFP devia fazer. E, como resultado, vai retirar fundos ao IEFP.

Assinale-se o empreendedorismo do Ministro Mota Soares, que até o desemprego foi capaz de privatizar.

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