Não há cartola que esconda a realidade, os desempregados são cada vez mais

“O número de desempregados inscritos em Novembro nos centros de emprego diminuiu 0,7% face a Outubro, com a fasquia a situar-se nos 546.926 desempregados, a primeira vez em 2010 abaixo dos 550 mil, informou o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) hoje, sexta feira” (JN)
Recentemente centenas de milhar de pessoas foram notificadas pelo IEFP da obrigatoriedade de provar a situação de desemprego num curto espaço de tempo e da ameaça de serem eliminadas da lista caso não o fizessem. Este ano quase 400 mil pessoas foram eliminadas das listas do IEFP.

Ainda há bem pouco tempo estive desempregado.

Quando me inscrevi no centro de emprego fui avisado pela funcionária: depois da inscrição  se faltares sem justificação plausível a uma entrevista de emprego retiramos-te da lista, tens de dar provas que estás a procurar emprego.
O que é certo é que em pouco mais de dois meses consegui um estágio profissional e nunca fui contactado para qualquer entrevista, talvez alguma das dezenas de pessoas que se inscreveram no mesmo dia que eu tenham sido… Antes de iniciar o estágio liguei para o centro de emprego e perguntei se ainda me encontrava contabilizado como desempregado, mas ninguém me soube dar resposta. Perguntei ainda porque motivo ninguém me contactou naqueles dois meses, sendo que me tinham ameaçado com a prestação de provas. Também não obtive resposta.
Todos sabemos que o número de desempregados é muito maior do que aquele que as estatíticas oficiais nos informam. Por vários motivos, se por um lado as estatísticas do centro de emprego são manipuladas, por outro muitos milhares de pessoas já desistiram de se inscrever no IEFP e de responder às suas exigências, pois sabem que ali não encontrarão qualquer solução.
Sabemos que existem mais de 700 mil pessoas desempregadas neste país, para as quais se programam ainda mais dificuldades, mais desemprego, mais precariedade, menos apoios sociais, menos serviços públicos. Porque são as pessoas e o seu trabalho que suportam a economia e não o contrário, recusamos que as estatísticas e os planos financeiros nos esmaguem as vidas. Vamos à luta!
Ricardo Vicente
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