Não há descida do desemprego: crescem trabalhos precários de 2h/dia
Um dos “sinais de recuperação económica” que têm enchido a boca aos membros do Governo e dos partidos da maioria é a descida do desemprego. No entanto, os dados estatísticos dão conta de que houve um aumento de 464,8 mil empregos com menos de 10 horas semanais. Assim, no terceiro trimestre de 2013, cerca de um milhão de pessoas trabalhava menos de duas horas por dia.
Há poucos dias soubemos da estatística do Eurostat que dava conta de uma descida do desemprego em Portugal de 16,4% para 15,6%, mas agora percebemos que o que a economia está a criar é sub-emprego e não emprego (vê ainda artigo do João Ramos de Almeida sobre descida do desemprego). Estas pessoas trabalham em média duas horas por dia e ganham menos de 310€/mês com contratos precários, pelo que não se pode dizer nem que esteja a haver uma recuperação económica, ou uma descida do desemprego.
De facto, se somarmos os desempregados aos trabalhadores em part-time (sub-emprego) temos que 32,5% da população ativa não tem emprego. Se a estes somarmos os trabalhadores em situação precária, estaremos a falar de mais de metade da população ativa em situação precária ou desempregada.
A grande recuperação económica do Governo explica-se em duas frases: no final de 2013 destruíram-se 404 mil empregos de mais de 11h/semana e foram criados 465 mil com menos de 10h/semana.
Notícia i aqui e notícias ao minuto aqui.
by