Não há volta a dar, nós sabemos…

Ontem, pela madrugada a Lusa divulga resultados da actividade da ACT. O título do artigo era: “Empresas têm sete milhões de euros de salários em atraso até Junho”. Escrevemos um post de crítica a este artigo que podes ler aqui. Entrevistado pela lusa e publicado no mesmo artigo, o Inspector-Geral do Trabalho (representante da ACT), Paulo Morgado de Carvalho, afirma que estes resultados provam o «acompanhamento “mais consistente” da realidade dos trabalhadores».

Ao fim do dia também o ministro do Trabalho, Vieira da Silva, em entrevista à lusa, num artigo com o título “Salários em atraso são culpa da crise” se manifestou em relação ao estudo anterior, recorrendo-se à desculpa batida – e bolorenta – da crise para desresponsabilizar patrões e governantes da exploração a que os trabalhadores são cada vez mais submetidos.

Toda a mais valia só é gerada com trabalho e é o trabalho destes explorados que geram as fortunas dos patrões. Não há crise que desculpe a exploração! Mas o que une facilmente este artigo ao anterior, é que também Vieira da Silva tenta aqui limpar a imagem da ACT quando diz: “Isto também mostra que a ACT funciona e está no terreno. Identifica estas situações e age em conformidade”.

Se ainda havia gente com dúvidas a respeito da credibilidade deste ministro (apesar de todos os ataques que ele tem protagonizado aos trabalhadores, relembremos o novo código de trabalho que tem a sua imagem) agora já ninguém as tem, porque já toda a gente sabe que a ACT é e foi uma manobra de ilusão para conquistar a confiança de quem deseja um governo preocupado em resolver o problema da precariedade neste país de impunidades.

Para nós já não restam dúvidas, quando se fala em precariedade, exploração, dívidas à segurança social, temos de reconhecer a cumplicidade da ACT e portanto do Governo também.

Ricardo Vicente

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