Naufrágio: continuam as saídas no governo
Saem mais dois secretários de estado do governo, Braga Lino e Silva Peneda, o que faz com que o número de mexidas atinja já doze secretários de estado e dois ministros, apenas desde Fevereiro deste ano. Passos Coelho tenta ao máximo manter as aparências e responder aos pedidos de remodelação feitos pelos comentadores, mas não há cosmética que esconda o estado em que se encontra o governo. Maria Luís Albuquerque e Marco António Costa poderão ser os próximos dois a sair.
Os secretários de estado que abandonam desta vez o governo são Paulo Braga Lino (secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional) e Juvenal Silva Penedo (secretário de Estado Adjunto da Administração Interna). A saída destes secretários de estado está directamente relacionada com a sua actividade na empresa Metro do Porto, onde terão sido responsáveis pela utilização de derivados financeiros, swaps, que criaram um buraco financeiro de 800 milhões de euros na empresa pública. Este governo premiou os executivos e financeiros responsáveis pelo endividamento e financeirização das empresas públicas com cargos de grande importância no governo. Quando chega a factura, há um despedimento (conveniente até para os envolvidos, que se desligam deste governo em falência), mas a dívida da economia das apostas financeiras e dos produtos tóxicos é herdada pelo Estado.
Já na semana passada tinha sido divulgado que o Metro de Lisboa e o Metro do Porto tinham ficado endividados em 2 mil milhões de euros por causa da escolha dos seus executivos de apostar nas roletas financeiras e nos produtos derivados que despoletaram, entre outros, a crise do subprime que deu origem à situação em que estamos hoje. A descoberta de que entre os principais decisores para estas escolhas estarem membros deste executivo não é de espantar, uma vez que é da economia da banca e da finança que deu origem a esta crise que saíram os membros deste governo.
Ainda estão envolvidos neste caso mais dois secretários de estado: Marco António Costa (secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança Social) e Maria Luís Albuquerque (secretária de Estado do Tesouro). Poderão ser os próximos a sair.
by