no suplemento de "Economia" do "Público"

Trabalhos dobrados para pagar as contas
Ana Rute Silva
Quinta-feira é o dia em que Marília Ribeiro dorme até mais tarde. Chega ainda de cabelo molhado, uma hora depois do combinado. Faz as contas, tira da carteira um pedaço de papel onde escreveu à mão um horário. Segunda, terça, quarta… Cinco horas de sono diárias, corridas frenéticas no metro, sempre a espreitar o relógio enquanto corre.

Marília começa a semana sem tempo para respirar. Às nove da manhã já está na Escola Básica 1 Helena Vaz da Silva, ali no Bairro Alto lisboeta. Ensina inglês no edifício grafitado. Uma hora e meia depois sai, desce a rua Luz Soriano, apanha o metro até Sete Rios e entra no “call center” de uma empresa de telecomunicações até às quinze. Come uma sandes no percurso, os almoços são sempre iguais. Às 15h45 está de volta à escola para mais uma sessão de aulas. Já ao final do dia, o relógio a marcar as 17h30, volta a descer a Luz Soriano em direcção ao Chiado. Apanha o metro. Sete Rios outra vez. “Call center” até as 22h30. Em casa, na Pontinha, janta tarde. Quando termina de lavar a loiça é quase uma da manhã. “Ao final do dia estou cansada. Fico sem paciência”, desabafa à mesa de um café. A idade conta. Marília, 25 anos, tem energia para correr e trabalhar em dois sítios ao mesmo tempo, driblando o tempo.” (…)

ler todo o texto… aqui

Facebooktwitterredditlinkedintumblrmailby feather