Número de trabalhadores que recebem o salário mínimo duplicou em três anos

O jornal i divulgou na sua edição de ontem que o número de trabalhadores que recebem o Salário Mínimo Nacional (SMN) duplicou entre 2006 e 2009, tendo antingido, neste ano, as 402 mil pessoas. Apesar da brutalidade destes números, esta estatística estará ainda bastante aquém da realidade actual, não só pela evolução nos últimos anos, mas também porque o universo analisado contemplou apenas os trabalhadores por conta de outrem.

Este aumento estará certamente ligado ao crescimento do SMN nos últimos anos. Recorde-se que o acordo em consertação social, assinado em 2006, previa o aumento gradual do SMN para 500 euros em 2011 – acordo descaradamente violado em Janeiro deste ano e agora já definitivamente abandonado ao sabor da ganância e dos interesses do patronato. Ou seja, estes valores demonstram a dura realidade do trabalho e da exploração em Portugal: os baixos salários são generalizados, grande parte dos trabalhadores recebe o SMN ou pouco mais, os últimos anos foram de congelamento para a maioria (o que significa uma forte degradação do salário e dos rendimentos).
Assim se percebe que trabalhar não seja, para centenas de milhares de pessoas, suficiente para escapar à pobreza. O desemprego, a precariedade e os baixos salários, combinados com a redução das prestações sociais e os apoios em situação de desemprego, são instrumentos para uma chantagem crescente sobre o conjunto dos trabalhadores e da sociedade. Deste plano vendido como inevitável, alimentam-se os que só ganham com a crise, domesticando as aspirações e baixando as expectativas, diminuindo salários e roubando direitos.

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