Nuvens negras sobre compromissos vazios :: O stress da banca
As nuvens negras sobre a maioria das pessoas estão aí para ficar. Os efeitos de aprofundamento da crise são assumidos por várias entidades nacionais e internacionais. Enquanto que na banca, e no capital, o stress tem de ser introduzido por meio de simulações, o resultado das medidas que nos impõem através (mais directamente) dos PEC 1 e 2 são a desgraça de milhões de pessoas: as pessoas estão a ser forçadas a investir o seu dinheiro num projecto económico que não é seu através da baixa dos salários, do aumento dos impostos directos e indirectos, da diminuição das prestações sociais e do desmantelamento de serviços públicos essenciais, privatizações. Em troca, assumimos forçosamente um compromisso vazio, um cheque em branco a quem nos meteu na crise: o poder político executivo e o capital, ou seja, os donos do dinheiro.
Este projecto económico resulta em mais desigualdade: enquanto o desemprego atinge níveis históricos – acima de 11,1%, mais de 620.000 pessoas – a banca obtém lucros milionários todos os dias. Ainda ontem foi divulgado que o BES aumentou 14% os lucros no primeiro semestre de 2010. Quem é chamado a pagar a crise deste modelo? Ricardo Salgado? Não, as pessoas que vivem do seu trabalho.
Apesar das notícias sobre stressar ligeiramente os banqueiros com pequenos impostos, nada passa das intenções (mediáticas) dos grandes democratas do Acordo de Lisboa e outros. Ainda há bem pouco tempo, no último encontro do G20, as grandes potências económicas chumbaram a proposta de criação de uma taxa bancária mundial.
O Comité das Autoridades Europeias de Supervisão Bancária (CEBS) prevê que a taxa de desemprego em Portugal continuará a subir até aos 11,1% este ano e quase 12% em 2011. Este foi o cenário de referência para os testes de stress realizados à banca portuguesa, e aponta para o desaparecimento de mais 29.500 postos de trabalho até ao fim de 2010 e outros 45 mil em 2010. No entanto, o pior cenário considerado aponta para uma taxa oficial de desemprego de 11,3% este ano e 12,8% no próximo e o país a entrar em recessão com crescimento negativo do PIB: -0,3 em 2010 e -2,3 em 2010.
Ver aqui o documento com os resultados e considerações sobre os testes de stress à banca.
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