O bate-pé da troika
Marcelo Rebelo de Sousa utilizou a sua rubrica da TVI de domingo para lançar uma nova ideia: a de que o governo bateu o pé à troika, e de que nas negociações entre governo e troika estão a haver tensões. Marcelo prevê que o governo receba mais tempo (esquecendo-se de referir que isso implica mais dinheiro e portanto mais dívida), voltando a insistir na tese de que o problema que existe em relação à austeridade é de comunicação e não de política. O problema de comunicação é que o governo não bate o pé à troika. O que o governo faz é jogar ao bate-pé com a troika.
Vítor Gaspar havia qualificado há poucos dias a proposta da Irlanda de mais 15 anos de dívidas e juros de “inconcebível”, não porque custaria mais dinheiro e implicaria na mesma a austeridade, mas porque retiraria credibilidade perante os “parceiros internacionais” e os mercados. Quanto à falta legitimidade do Governo em Portugal, o ministro da Finanças dizia que não tinha “qualquer espécie de preocupação” com isso, reafirmando o seu mandato e prioridades: “O apoio político dos nossos parceiros europeus tem uma grande importância para nós e dá-nos garantias de protecção contra riscos na evolução da economia europeia e mundial, sendo que estes mecanismos de seguro e protecção estão dependentes do nosso cumprimento das condições acordadas com os nossos credores internacionais”. Vìtor Gaspar, ex-funcionário da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu, considerado “impressionante” pelo FMI, representa esta governação, e torna as considerações de Marcelo Rebelo de Sousa risíveis. O governo não enfrenta a troika. Em muitos aspectos, ele é a troika.
No entanto, depois de o governo ter adiado o anúncio de novas medidas de austeridade por causa da manifestação de 2 de Março, “Que Se Lixe a Troika, o Povo é Quem Mais Ordena!”, ainda hoje, mais de duas semanas após a chegada da delegação para a 7ª avaliação, não houve anúncios de mais medidas de austeridade. Há rumores de que não ocorrerão antes da tomada de posição do Tribunal Constitucional (que apesar da urgência do pedido de fiscalização do Orçamento de Estado, está há mais de dois meses para se pronunciar). Mas nos próximos dias o governo e a troika terão que falar ao país.
http://www.dinheirovivo.pt/Economia/Artigo/CIECO111997.html
http://www.publico.pt/economia/noticia/vitor-gaspar-diz-que-uma-extensao-de-15-anos-aos-emprestimos-e-inconcebivel-1586696
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