O Borges é mau conselheiro, só quer o nosso dinheiro

António Borges, o conselheiro nomeado por Pedro Passos Coelho (PPC) para liderar a equipa que acompanha, junto da troika, os processos de privatizações, as renegociações das parcerias público-privadas, a reestruturação do sector empresarial do Estado e a situação da Banca, veio hoje a público tentar redimir-se das suas últimas declarações, em que acusava de ignorantes aqueles empresários que recusaram a descida da TSU.
Borges vem hoje dizer que as suas declarações foram feitas em nome pessoal e não fala por Passos Coelho. Mas engana-se porque PPC já tinha dito o mesmo, embora por outras palavras, quando disse na sua entrevista que o Eng. Belmiro que poderia utilizar a descida da TSU para diminuir os preços na sua cadeia de hipermercados. E engana-se outra vez porque o Governo nunca vem à praça desmentir o conselheiro que nomeou porque o Governo faz tudo o que Borges diz. 

A política de abaixamento dos salários, quer através do desemprego e da precariedade, quer por via direta fiscal ou para fiscal (subidas TSU ou IRS) é, de facto, a única estratégia do Governo para a saída da crise e Borges é o único que não a esconde por ser um desbocado. Como não pode desvalorizar a moeda para ganhar competitividade o Governo quer baixar os salários intervindo diretamente sobre o rendimento disponível e sobre o “mercado de trabalho”, aliás o grande trunfo do executivo tem sido o aparente equilíbrio da balança comercial, que estabilizou por redução das importações e uma tímida subida das exportações, muito por culpa do ouro que saí do país e já representa 9% das exportações.
Da boca de Borges não saí asneira, nem mosca, saí a linha do Governo para as nossas vidas.
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