O Centro Hospitalar do Oeste perde 1 milhão de euros por ano para manter a precariedade
Reproduzimos aqui o comunicados dos Precários do CHO:
«Na sequência da resposta do Governo a uma pergunta apresentada pelo Bloco de Esquerda, que tivemos acesso (ver aqui), ficámos a saber o número exato de trabalhadores precários e as suas funções. O movimento de Precários do Centro Hospitalar do Oeste (CHO) tem-se batido pelos direitos de todos os precários e utentes deste Centro e assim continuaremos. Hoje sabemos que os 179 precários mediados pela empresa Lowmargin / Tónus Global, são constituídos por:
118 Assistentes Operacionais;
20 Assistentes Técnicos;
18 Enfermeiros;
16 Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica;
5 Técnicos Superiores;
1 Técnico Superior de Saúde;
1 Técnico de Informática.
Pelo menos 34 dos quais trabalham a Recibos Verdes. Mas não fica por aqui. Existem ainda 96 médicos sub-contratados, com vínculos de trabalho que desconhecemos. Com esta situação perdemos todos. Perdem os trabalhadores porque a precariedade destrói as nossas vidas, mas perdem também os utentes, porque a precariedade destrói a qualidade dos serviços prestados. Esta é uma verdade incontestável: médicos, enfermeiros e auxiliares precários representam a degradação do Serviço Nacional de Saúde.
Ficámos também a saber que o CHO despende cerca de 8 milhões de euros anuais com a sub-contratação destes 275 trabalhadores. As contas apresentadas por Catarina Martins, ontem, numa Sessão Pública nas Caldas da Rainha, demonstraram que se fossemos todos integrados nos quadros do CHO, o Centro Hospitalar pouparia 1 milhão de euros por ano e acabava com a precariedade. Todos saíamos a ganhar. É preciso acabar com este negócio ruinoso, que entrega os serviços do CHO a empresas de outsourcing que não conhecem os hospitais, nem os trabalhadores precários a quem pagam salários baixos e têm remunerações em atraso. Ainda não pagaram as horas extraordinárias e os serviços mínimos em falta a muitos trabalhadores.
O Ministro da Saúde afirmou recentemente, com o surgimento da nossa greve, que lamenta a situação a que chegámos neste Centro Hospitalar e os demasiados anos em que o problema se arrasta. Agora que o Governo se compromete a integrar os trabalhadores precários do Estado nos quadros, o Ministro Adalberto Campos Fernandes, tem a oportunidade de resolver o problema de uma vez por todas, de deixar os lamento e passar a ação. Nós, precários do Centro Hospitalar do Oeste, exigimos fazer parte do relatório sobre precariedade no Estado e ser integrados nos quadros. Exigimos o que nos é de direito, condições de trabalho iguais a todos os restantes colegas. E a prestação de serviços de qualidade a todos os utentes.»






