O desemprego baixou, mas é apenas menos mau
Apesar da redução dos níveis de desemprego, se analisarmos os países da zona euro através dos dados do Eurostat, atualizados a 6 de Abril de 2017, constatamos que o desemprego continua a representar um enorme flagelo para toda a população, em especial nos países do sul da Europa que foram mais degradados pelas políticas de austeridade. Desde 2008, a pressão da crise financeira sobre os países mais fracos da zona euro justificou não só numa grande expansão da precariedade, que assumiu um carácter intergeracional e interprofissional, mas também numa explosão do desemprego. Durante estes anos, em Portugal e em muitos países europeus, deu-se uma enorme transformação ao nível da legislação laboral, abrindo espaço à individualização das relações de trabalho e à desresponsabilização do patronato sobre os trabalhadores. Cresceu a precariedade e, ao contrário do que apregoavam governantes e patrões da época, cresceu também o desemprego.
O abrandamento da política de austeridade, gerado por alguma reformulação do poder político a nível europeu, resultante da turbulência social e económica que possibilitou novos equilíbrios políticos em vários países e que ainda amedronta uma europa falhada, tem possibilitado alguma redução do desemprego na zona euro. Segundo os dados do Eurostat, em 2013, o desemprego na zona euro era de 12%, em Portugal 16,4%, Espanha 26,1% e Grécia 27,5, no entanto, o desemprego entre jovens com menos de 25 anos era de 24,4%, 38,1%, 55,5% e 58,3%, respectivamente. Desde então, a descida do desemprego tem sido gradual. Em 2016, o desemprego atingiu os 10% na zona euro e 11,2% em Portugal. Quanto ao desemprego jovem, 20,9% na zona euro e 28,2% em Portugal.
Trata-se apenas de uma realidade menos má, pois não é aceitável que um país tenha um terço dos seus jovens desempregados. Combater a precariedade e o desemprego é não só a mesma luta, como uma medida essencial para o futuro de qualquer país.
by