O despesismo do Estado é a bandeira erguida na festa Social Democrata para o desmatelamento do Estado Social

Pedro Passos Coelho comunicou no passado Domingo, numa festa social-democrata em Quarteira, que em apenas um ano se prevê um corte de quase 10% na despesa corrente do Estado, aquilo que considera ser “a maior prova que um país em democracia tem memória de ter realizado”, “não tendo paralelo nos últimos 50 anos”. Prometeu apresentar um plano de cortes na despesa até ao final do mês, abrangendo todas as áreas, inclusive a saúde, sector onde prevê um corte de 15% que diz só ser possível se diariamente os profissionais da saúde pensarem “como é que podem atender os seus pacientes (…) gastando menos”. Por fim, afirmou que as medidas mais duras ainda estão por tomar – alteração da legislação laboral e acabar com institutos públicos e fundações.

Passos Coelho levanta a bandeira dos cortes na despesa e do combate ao despesismo de um “Estado gordo” que anda supostamente a viver acima das suas possibilidades para avançar no desmantelamento do Estado Social. Os cortes de 10% que refere são feitos, essencialmente, à custa dos direitos da totalidade dos trabalhadores – destruição da segurança social e privatização de serviços públicos essenciais que foram edificados com o nosso trabalho e suor. Paralelamente a estas medidas prepara-se para entregar mais 500 milhões de euros ao BPN, que foi recentemente oferecido a um grupo com capitais angolanos por 40 milhões de euros depois de um investimento público de vários milhares de milhões de euros para o seu resgate. Mas não ficará por aqui, pois há muitos “boys” que precisam de mais uns favores: segue-se a privatização dos CTT, do que que resta da Galp, da EDP e de todos os sectores públicos que dão lucro ao Estado. Em consequência, subirão os nossos impostos.
Contra a corrupção e o favorecimento da finança, nem uma palavra proferiu… Os offshores continuam a facturar, a banca continuará sub-taxada e a economia subterrânea é cada vez mais gorda, mas estas são as gorduras onde este como o anterior governo não tocam.
A situação actual precisa do contra ataque e os Precários Inflexíveis fazem parte desta luta que se mobiliza e continuará a mobilizar por respostas concretas: lei contra a precariedade, auditoria à dívida pública e acções de protesto, que denunciem a precariedade e que exijam justiça e respeito pelas pessoas.

notícia aqui

Facebooktwitterredditlinkedintumblrmailby feather