O Lado F da Arte | evento da Rede 8 de Março é já este sábado

cartaz emailA Rede 8 de Março, movimento que junta diversas associações feministas, anti-racistas, de defesa de direitos das pessoas LGBT e dos/as imigrantes e de combate à precariedade, inlcuindo a Associação de Combate à Precariedade – PI, convida todas as pessoas para um sábado diferente, próximo dia 9 de Março, no Teatro do Bairro, em Lisboa. O mote é o Dia Internacional dos Direitos das Mulheres, o desafio é experimentar o lado F-eminista da arte.

Ver evento no Facebook: aqui.
Programação e mais informações: aqui.

Evocando o Dia Internacional dos Direitos das Mulheres, a Rede 8 de Março propõe um sábado diferente. Através do cinema, do teatro e da música, o feminismo surge na celebração da sua pluralidade e das suas possibilidades. O desafio está lançado: pode a arte ser feminista? Quais são então as questões feministas? Transformamos o mundo a partir do palco? Que corpo é esse que é filmado? Tudo é comprometimento? Não podemos dançar simplesmente? Qual é o lado F? Se não conseguirmos responder a tudo, pelo caminho ampliamos o mundo e depois nós já não seremos as mesmas. Neste dia conjugam-se todos os outros. Não estamos a cumprir o calendário. Queremos o futuro agora.

| Teatro do Bairro | R. Luz Soriano, 63, Bairro Alto – Lisboa

| Entrada livre

MINI-MOSTRA DE CINEMA FEMINISTA

15h |Sessão I |O Pessoal é Político

Babás|Consuelo Lins, Flavia Castro|22’ / Brasil / 2010
Fotografias, filmes de família e anúncios de jornais do século XX constroem uma narrativa pessoal sobre a presença das babás (amas) no quotidiano de inúmeras famílias brasileiras. Uma situação em que o afeto é genuíno, mas não dissolve a violência, evocando em alguns aspetos o nosso passado escravocrata. M12

O Terceiro Olhar |Joana Louçã, Juliana Alves e Alex Campos | 23’ / Argélia/Portugal / 2010
Legendado em português.
“O terceiro olhar”, do Projecto Olhares Nómadas, foi filmado por mulheres do campo de refugiados Saharaui de Dajla (Argélia), num workshop, durante os 5 dias do FISAHARA 2010 (Festival Internacional de Cinema do Sahara).
No campo de refugiados de Dajla, há 20 anos vivem milhares de saharauis, numa espera forçada por um referendo pela independência do seu país, que nunca acontece. Vivem no “deserto do deserto”, com escassez de água, eletricidade e alimentos. Ao longo dos cinco dias, umas famílias abrem as suas casas, sua cultura, músicas, histórias, reivindicações, sonhos e quotidiano para o mundo. Filmam, falam, cantam… na esperança da mudança. Acreditando que nas entranhas do corpo social existe uma potencialidade de migrar o olhar, lançando laços de comunicação entre diferentes pontos de vista, Olhares Nómadas propõe revitalizar as raízes de diferentes comunidades, junto aos seus protagonistas, com a câmara como ferramenta para comunicar e desenvolver o seu próprio olhar como motor social. M12

16h20 |Sessão II | A minha avó também é feminista

Black Panthers | Agnès Varda |30’ / França / 1968
Legendado em inglês.
Este filme foi rodado durante o verão de 1968, em Oakland, Califórnia, em torno dos encontros organizadas pelo movimento Black Panthers pela libertação de Huey Netwon, um dos seus líderes, com o objetivo de transformar o seu julgamento num debate político. Estas pessoas tentaram e conseguiram captar a atenção dos Estados Unidos. As mulheres integram este movimento, lado a lado com os homens, desconstruindo o ideal de beleza fixado num normativo ocidental e reclamam a afirmação das suas origens africanas, tomando a palavra e pegando em armas. M12

17h45 | Sessão III |Des-Construir

Fille ou garçon, mon sexe n’est pas mon genre / Girl or boy, my sex is not my gender |Valérie Mitteaux |61’ / França / 2011
Legendado em português.
Nascer mulher, sentir-se homem e decidir atravessar a fronteira entre os géneros, este é o caminho de Lynnee, Rocco, Kaleb e Miguel. Em San Francisco, Nova Iorque, Paris e Barcelona, eles incorporam e exploram essa fluidez do género. Esta viagem obriga-os a inventar novos padrões: como se comportar como um rapaz, se foi criado como uma menina? Como conviver com os privilégios do machismo, sob os quais anteriormente se foi oprimida? O percurso destas pessoas trans questiona o próprio conceito de género. Ser mulher, ser homem – o que significa isso? Implica escolher entre diferentes formas de agir e de estar no mundo? É realmente possível corresponder aos modelos que nos são atribuídos? Viver num entre-dois-géneros será uma ideia mentirosa? Este filme oferece um olhar informado e vivido sobre a relação entre o feminino e o masculino em colisão com as normas da sociedade atual. Estreia absoluta em Portugal. M12

19h | CONVERSA | O QUE PODE SER O CINEMA FEMINISTA

|Com Valérie Mitteaux (cineasta), Raquel Freire (cineasta), Rita Blanco (atriz), Sofia Roque (ativista, Rede 8 de Março).

22h |TEATRO | A Virgem Doida |Mónica Calle

Teatro strip. Um espetáculo despido de tabus, de preconceitos e de culpa. A atriz apresenta o texto de Rimbaud, que esteve na base da primeira criação desta peça, na Casa Conveniente. Mas vinte anos depois tudo é diferente, as circunstâncias são outras, ela é outra, o país é outro, neste espetáculo houve uma limpeza, uma descontaminação interior.
Com “A Virgem Doida”, Mónica Calle coloca-se num sítio de questionamento, de exposição, de descoberta, de experiência. De desafio. Sem nostalgia, o desafio é o mesmo: como descobrir o que é a liberdade? Ela faz o seu percurso, despindo-se perante nós, depois vestindo-se e voltando a ficar nua. A esta primeira peça de muitas feitas à flor da pele, juntam-se outros textos de Rimbaud que nos levam para outros sítios, como Uma Cerveja no Inferno.
Neste espetáculo, Mónica Calle em vez de fazer o percurso da “virgem doida”, faz o seu percurso, com uma representação radical que usa o corpo como espaço de afirmação, de aproximação e de partilha de desejos e de liberdades. É difícil ir mais longe, é difícil estar tão perto de nós, a arrepiar-nos, a comover-nos.
M18

23h30| FESTA F

Uma festa para celebrar a luta feminista e dançar experimentando a liberdade. Sem tabus, preconceitos e opressões.

Dj’s set | Maria P, Miss Sara

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