O livro dos horrores – medidas do FMI
As medidas da troika/PS/PSD/CDS que mais afectam quem trabalha são:
- Despedimento individual mais fácil, se o trabalhador não cumprir “objectivos” fixados pelo patrão. É o despedimento à-la-carte, fixam-se os objectivos que se quiser e depois despede-se o trabalhador por não os ter alcançado. É a lei da selva e o leão é o empregador.
- Horas extraordinárias mais baratas para os patrões. Tão baratas que podem ser contadas como horas de trabalho normal.
- Bancos de horas negociados directamente com os trabalhadores. Assim, será mais fácil aos patrões flexibilizarem os horários de trabalho das pessoas e estas estarão muito mais sozinhas na negociação.
- Taxa Social Única reduzida para os patrões. Até aqui os patrões pagavam 23,75% e os trabalhadores 11% para a Segurança Social a fim de pagar pensões, subsídios de desemprego e outros apoios sociais. Com isto a Seg. Social terá menos dinheiro para fazer face às necessidades de quem caí numa situação de desemprego, por exemplo.
- Subsídio de desemprego com duração máxima de 18 meses. Hoje ainda pode ir até 3 anos. Com o desemprego de longa duração em Portugal e com mais de 60% dos desempregados a não receberem, já hoje, nenhuma prestação social, a pobreza irá aumentar muito.
- Menos 200€ no subsídio de desemprego.O limite máximo do subsídio de desemprego vai ser de 1.048,05€/mês.
- Subsídio de desemprego desce 10% nos últimos seis meses de prestação. Serão os meses de mais desespero, por ser menos dinheiro e por estar a acabar, como se estar desempregado fosse “confortável”.
- Menos indemnização por despedimento. Quem é despedido de um contrato sem termo em vez de receber 30 dias por cada ano de trabalho passa a receber 10 dias por cada ano de trabalho e mais 10 dias por cada ano de trabalho pago pelo fundo de despedimentos, ou seja, pelo próprio trabalhador.
Depois enviam-nos 2 rebuçadinhos para estarmos quietinhos:
- subsídio de desemprego para os falsos recibos verdes.
- redução do prazo de garantia para o subsídio de desemprego de 15 para 12 meses.
Há ainda uma panóplia de privatizações, de cortes da na saúde e educação públicas, aumento de impostos como o IVA e o IRS, mas sem mexerem no IRC.
Mas a cereja no topo do bolo são os 12 mil milhões de euros para os bancos.
Se havia dúvidas sobre quem pagaria a crise, agora deixou de haver.
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Mas a cereja no topo do bolo são os 12 mil milhões de euros para os bancos.
Se havia dúvidas sobre quem pagaria a crise, agora deixou de haver.