O Lugar da Ciência na Modernidade de Sócrates

Não há muita coerência no discurso dos nossos governantes quanto ao investimento em Investigação e Desenvolvimento (I&D) em Portugal.

Enquanto o Sr. Primeiro Ministro distribui portáteis aos que ingressaram no programa Novas Oportunidades, convicto de que este é o caminho da modernização do nosso país (muito haverá a dizer sobre este assunto…), há quem, em vez de procurar soluções que visem criar «políticas agressivas para aumentar a capacidade de investigação», como requereu o ministro da ciência Mariano Gago à Lusa, reforce a necessidade de fuga por parte dos nossos «cérebros», ao desdramatizar o que é um verdadeiro drama de fragilidades e contradições – é perfeitamente aceitável, pelo que se depreende do discurso do Presidente da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, João Sentieiro, que se invista na formação cientifíca dos recursos humanos nacionais, mesmo perante a incapacidade de os acolher, posteriormente, como profissionais dignos e produtivos, reconhecidos com o vínculo de trabalhadores.

Não entendo o sorriso emocionado de Sócrates. Sorri para confundir, alhear… A fim de nos iludir acerca do impacto irrisório das supostas políticas que trarão a modernidade a este país à beira-mar aprisionado.

Estará esquecida a meta apontada há 7 anos atrás pela UE como «geradora de riqueza» e «impulsionadora da economia»?

De acordo com O Público (20/07/2007), dados do Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais Português indicaram que, em 2005, a média de investimento em I&D em Portugal foi de 0,81% do PIB, valor inferior à média europeia (1,84%*) e mesmo do grupo de países do sul da europa, que caracteristicamente apresentam menor investimento (1,5%*) do que os nórdicos (2,4%*).

Governar não é apenas criar metas. É também proporcionar condições para serem atingidas…

marTA

* Fonte: Key Figures 2007 UN Sciences, Technology and Innovation

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