O "rigor" da política da crise

O “rigor” tem sido sempre usado e abusado para justificar cortes no valor do trabalho, no nível de vida das populações e mais ultimamente, corte brutal nas prestações sociais, sejam não contributivas ou contibutivas (de que é exemplo o ataque de “rigor” ao Subsídio Social de Desemprego). O “rigor” é apenas alibi para quem executa política de ódio e intriga social. Os governos, como o português, multiplicam-se nas justificações para a transferência de serviços públicos essenciais para a esfera privada e para a redução do valor do trabalho, cortes nos serviços públicos essenciais e solidariedade social. Dizem sempre que “vivemos acima das possibilidades” e que “é preciso falar verdade” aos Portugueses. É uma proposta mundial, europeia  e muito, muito portuguesa, em execução pelos PEC de Sócrates (PS) e Passos Coelho(PSD).
Se assim não fosse, seria apenas incompetência o que se passa ano após ano, com o desperdício de fundos (por utilizar) em áreas essenciais. Este ano, Portugal, no pico histórico de desemprego (e continua a aumentar), vai devolver à UE 75% do valor para apoio a desempregados no âmbito do FEG (Fundo Europeu de Ajustamento à Globalização), ou seja, 2,4 milhões de €. Se os serviços de Segurança Social são alvos de  planos de contingência para o atendimento telefónico e presencial, reforço dos sistemas informáticos e formação direccionada para obrigar a que os pobres dos mais pobres sejam esmagados e recebam menos apoios sociais de miséria, já pouco ou nada é feito pelos boys como Francisco Madelino (do IEFP) para que os desempregados sejam realmente apoiados, no máximo esforço do Estado.  Isso seria hoje o mínimo exigível numa democracia.
A diferença de critérios e de esforços é a decantação das intenções da política que temos. Todo o esforço e envolvimento de serviços do Estado são aplicáveis à perseguição de quem tem menos, e na fiscalidade de todos os rendimentos do trabalho, no aumento de impostos indirectos (IVA) que punem quem menos tem de forma inversamente crescente. Ao mesmo tempo assegura-se (por intermédio de boys na ACT, como o ex-Paulo Morgado de Carvalho)  a impunidade de patrões deliquentes num país verde de tantos falsos recibos e de tantos trabalhos temporários que ilegalmente asseguram um país fixamente precário, disfuncional, socialmente injusto, mas que assegura a renda e capital de uma clique de bastidores.
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