OCDE: Portugal entre os países com maiores desigualdades sociais

Um relatório produzido pela OCDE e divulgado hoje, aponta Portugal como o terceiro país com maiores desigualdades (ex-aquo com os Estados Unidos), entre os 30 países desta organização. Pior, apenas a Turquia e o México.

O texto explica ainda que nos países onde as diferenças sociais são maiores, o risco de pobreza é maior e a mobilidade social mais baixa. Ou seja, quem nasce pobre tem grande probabilidade de continuar toda a sua vida na pobreza. As dificuldades ou facilidades estão dependentes do berço, tal como a boa e farta vida.

Regista-se ainda que “as famílias ricas melhoraram muito a sua situação” em relação às mais pobres e, por outro lado, “o risco de pobreza deslocou-se das pessoas idosas para as crianças e os jovens adultos.” Um dos principais autores do estudo, Michael Foerster, adianta que a pobreza das crianças, que tem vindo a aumentar nos últimos 20 anos, encontra-se hoje acima da média geral, o que “deveria chamar a atenção dos poderes públicos”.

Uma das conclusoes mais relevantes é a de que, embora o trabalho seja “um meio muito eficaz para lutar contra a pobreza”, não chega para a evitar que “mais de metade dos pobres pertencem a famílias que recebem fracos rendimentos de actividade“. Ou seja, a precariedade no trabalho e os baixos salários são factores de pobreza e não as modernas inevitabilidades que nos vendem.

A OCDE defende a implementação de medidas preventivas, nomeadamente a promoção do acesso a um trabalho remunerado, sublinhando que “ajudar as pessoas a inserirem-se no emprego e a converterem-se em cidadãos autónomos tem um papel preventivo que evita o agravamento das desigualdades.”

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