OIT revela urgência no combate à precariedade e ao desemprego
O desemprego, os empregos de curta duração e mal pagos e o número de trabalhadores pobres aumentaram com a crise e são, nos países do sul da Europa, consequência das medidas de austeridade impostas pelos governos. São as conclusões gerais do relatório Crescimento e Emprego na Agenda Mundial pós 2015, em que a Organização Internacional do Trabalho (OIT) apresenta a precariedade e o desemprego como factores limitantes à recuperação da economia.
Os empregos precários (ou vulneráveis, como refere o relatório) afectam quase metade da população activa mundial, entre situações de falso trabalho independente, trabalho informal ou trabalho familiar não remunerado, tendo o número de pessoas sujeitas a esta condição quintuplicado relativamente aos anos anteriores à crise e à implementação das medidas de austeridade. Conclui ainda a organização que um terço dos trabalhadores e trabalhadoras activas e as suas famílias vivem abaixo do limiar da pobreza e que a remuneração das mulheres ainda é 10 a 30% inferior à dos homens em iguais condições laborais.
O desemprego atinge, apenas na União Europeia, 26,5 milhões de pessoas. A nível mundial, o desemprego afecta 202 milhões de pessoas, às quais a OIT acrescenta 62 milhões que correspondem a pessoas não incluídas nas estatísticas oficiais (pessoas à procura de trabalho, que desistiram de procurar trabalho ou economicamente inactivas). Ainda sobre o desemprego, o relatório afirma que aumentou o desemprego de longa duração e foca o grave problema do desemprego jovem, que atinge 75 milhões em todo o mundo e em particular nos países do sul da Europa, onde bem mais de 30% dos jovens com menos de 25 anos se encontra nesta situação.
A OIT divulga ainda várias recomendações e desafios, como sendo a necessidade de criação de empregos estáveis e de qualidade a fim de contribuírem para um crescimento económico sustentável; a responsabilidade dos governos em identificarem sectores estratégicos e incentivarem a criação de emprego nesses sectores, bem como as suas responsabilidades em garantir a melhoria das condições de trabalho e a distribuição justa dos benefícios; a necessidade de políticas de protecção social, de modo a reduzir a pobreza e a desigualdade e promover a coesão social. Conclui ainda a organização que “a erradicação da pobreza só é possível através de empregos estáveis e bem remunerados.”
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