Olli Rehn anuncia o 2º resgate para Portugal
O Comissário Europeu para os Assuntos Económicos e Monetários, Olli Rehn, anunciou ontem o 2º resgate para Portugal. Utilizando da nova linguagem que ocupa o espaço mediático e público dos nossos dias, o finlandês disse que Portugal deverá solicitar apoio para o regresso aos mercados numa fase pós-programa (da troika). Esse apoio implicará “condicionalidades” que, segundo o próprio, não divergirão da troika que, aliás, continuará a supervisionar o país. O pós-troika, portanto, é um segundo resgate. Com a troika.
Novas medidas de austeridade, mesmo depois do fim do memorando? Sim. Um 2º resgate? Também? Vem de Bruxelas a confirmação que Passos e Portas tentam esconder do país. O comissário europeu anunciou uma “versão mais leve” de resgate, que “consistiria numa Linha de Crédito Preventiva Condicionada, concedida pelo Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE)” e possivelmente um “Programa de Transacções Monetárias Directas do Banco Central Europeu”, ambos supervisionados pela própria troika de Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia.
Sela-se a ideia de que houve qualquer espécie de regresso aos mercados, quando os próprios comissários da Europa vêm dizer que, mesmo depois de terminar o memorando, Portugal terá que voltar a pedir ajuda para supostamente regressar aos mercados. Enterra-se a ideia de que a troika terminará quando terminar o memorando, uma vez que já está anunciada a continuação de empréstimos, cortes e destruição estrutural, com a continuação da presença da troika no país. O Governo mantém os jogos de sombras para dizer que há “sinais positivos” e que em 2015 a troika já não estará no país. Não é o governo que o decide. É a troika. O governo não caiu em Junho porque a troika não deixou, e mantém-se porque a troika o exige. O plano é um só: mudar o regime social no Sul da Europa. Seja com memorandos oficiais ou com memorandos acessórios. Olli Rehn confirmou: a troika fica, com ou sem memorando, e durante o tempo que for necessário para realizar a mudança de regime. Lutar contra a troika e destruir a sua hegemonia está nas mãos apenas da população e há que intensificar urgentemente esta luta.
Notícia dinheirovivo.