Opinião: 2.000 novos agentes vão perseguir os criminosos

Hoje, o surto epidémico em que se tornou a distribuição de jornais gratuitos, uns melhores outros piores, foi o mote para estas linhas. Aquele jornal que parece querer ser ,dizem, o jornal gratuito de referência – assim tipo Público – tinha dois textos intimamente relacionados, embora algo distantes nas páginas, um texto na página 4 e outro na página 17, o que sinceramente me levantou algumas dúvidas sobre porque é que isso terá acontecido…

É que o Pedro Mota Soares, um distinto jovem que tem mais conservadorismo a correr nas veias do o meu avô de 82 anos, dizia que estava satisfeito porque o país, o povo, nós, todos, tínhamos recebido uma notícia tardia mas boa, referia-se então à abertura de concurso para mais 2.000 agentes de segurança, 1.000 polícias e 1.000 GNR. Dizia ele que graça um sentimento de insegurança e impunidade nas nossas cidades que é preciso combater, e falava ainda sobre o desvalor sobre valores essenciais que devem pautar uma sociedade civilizada. Excelente! Concordo! Mas ainda não tinha percebido o porquê da sua satisfação.

Primeiro pensei que talvez ele estivesse a pensar na acção de despejo da PSP no Grémio Lisbonense e como talvez tivessem dado jeito mais uns agentes de boxe, perdão, da ordem, para nocautear alguns incultos, quem sabe até terroristas que gritavam palavras ameaçadoras como, “O Grémio é nosso!”.

Só na página 17 – Economia – percebi ao que ele se referia. É que o número de portugueses entre os mais ricos do Mundo, lista anualmente elaborada pela revista Forbes, passou de um para quatro portugueses, e agora já somos representados por: em primeiro lugar, Américo Amorim – que supostamente deve a posição cimeira às suas acções na Galp (acho que é a tal empresa, outrora pública, que tem os preços dos combustíveis um pouquito mais alto do que noutros países); Belmiro de Azevedo – que recentemente divulgou os seus Milhões de € de lucros de 2007; Joe Berardo – o patrão da cultura portuguesa (não riam!) e Horácio da Silva Roque – presidente do Banif, que se governa com os nossos spreads, empréstimos e despesas de processamento baratuchos.

Bom, pensei eu que Pedro Mota Soares deveria estar a ver o mesmo que eu: 500 polícias e GNR’s de bastão em punho para cada um destes senhores, espalhados pelo Modelo, Continente, Gasolineiras, Agências Bancárias… e …? museus?!?… de onde é que vem mesmo o dinheiro do Joe Berardo?

Talvez assim se conseguisse combater a tal impunidade que falava PMS no seu texto. Concordo.

rUImAIA