Os 210 milhões de desempregados e as sugestões do FMI e da OIT
Actualmente estão contabilizados 210 milhões de desempregados a nível mundial, sendo que nos últimos 3 anos a actual crise económica provocou um acréscimo de 30 milhões (FMI e OIT). Portugal é um dos países mais afectados da UE, com 11% de desempregados (Eurostat) – esta proporção tem vindo a crescer há já 35 anos.
Dominique Strauss-Kahn, representante do FMI, afirma que “se não se adoptarem as políticas adequadas para fazer frente a esta tragédia, o custo económico e social será tremendo, porque estamos a falar de uma geração perdida”.
O plano defendido por estas duas instituições corresponde à manutenção das actuais medidas “anti-crise”, afirmando que as economias avançadas não devem aumentar impostos antes de 2011 e que “devem começar a retirar os apoios extraordinários aos desempregados apartir do próximos”.
A solução que estas instituições – fortemente influenciadas pelo capital – sugerem para a referida “geração perdida”, que representa milhões de pessoas que se encontram numa situação de desemprego que tantas vezes se intercala com períodos de trabalho precário, é a confirmação do seu extermínio: retirar apoios sociais a quem já está preso por um fio significa rebentar a corda. Parece que Portugal é pioneiro no chacínio aqui sugerido e até já leva uns passos à frente, pois para além dos cortes no apoio social aos desempregados também o aumento dos impostos já foram aplicados. No entanto, a banca e os interesses do capital financeiro continuam intocáveis.