Os homens de negro entram em Espanha: 100 mil milhões para a banca
Depois do Primeiro-ministro espanhol ter negado durante toda uma semana a entrada da troika FMI, Comissão Europeia e Banco Central Europeu em Espanha, no sábado passado tornou-se público que serão injectados 100 mil milhões de euros na banca espanhola para impedir que colapse por completo. Ainda há menos de um mês o Bankia havia sido nacionalizado pelo Estado espanhol.
Mariano Rajoy (foto: SIC) |
Para Paul Krugman, prémio nobel da economia, já vimos este filme, que mais parece “uma comédia”: outro resgate, outra economia a afundar nos planos de austeridade, milhões de desempregados e “por alguma razão insondável, resgatam-se os bancos, não os desempregados”.
Agora os bancos receberão 100 mil milhões de euros (cerca de 10% do PIB do país) de um empréstimo pedido pelo Governo espanhol, sem que um cêntimo desse empréstimo, pelo qual os/as cidadãos/ãs irão pagar 3,5% de juros, seja canalizado para resolver o problema da maior taxa de desemprego da Europa, 24,3%.
E o que quer isto dizer para a economia portuguesa? É simples: todas as previsões macroeconómicas do Governo, sempre criticadas por serem demasiado optimistas, baseavam-se num aumento das exportações que tem estado a revelar-se inferior ao estimado e que agora, com a intervenção da troika na economia do maior parceiro comercial do nosso país, irá ser ainda pior.
O resultado é conhecido: ainda mais desemprego, destruição do emprego e da economia. O caminho da austeridade nunca resultou em país nenhum do mundo e na Europa também não está a resultar.
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