Os luxuosos boys administradores das empresas públicas
SOL: Só no ano passado, os gastos (salários e despesas) com 46 administradores de nove companhias tuteladas pelo Estado – ANA, STCP, EP, CTT, REFER, CP, ML, CARRIS E TAP – ascenderam aos 7,46 milhões de euros, ou seja, uma média de 162,2 mil euros anuais por gestor.
JN: De 18 empresas públicas cujos mandatos dos conselhos de administração terminam este mês, em 12 delas os custos com os vencimentos dos presidentes ascendem a 1,6 milhões de euros, valor a que não foram somados os prémios nem as ajudas de custo.
Isto representa um salário médio anual de 133,3 mil euros por presidente de CA, isto em empresas onde os cortes de salários dos trabalhadores farão o seu caminho ditado pelos PEC de governo e parceiros de poder.
Alguns nomes, salários e empresas:
- Estanislau Costa – Presidente dos CTT – recebeu durante quase dois anos o vencimento da PT (23 mil euros) quando já era administrador dos CTT (15 mil euros).
- Faria de Oliveira – Presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD) – cerca de 371 mil euros por ano, sem ajudas nem prémios. Disse, dirigindo-se ao conjunto da população, que «Temos que ter capacidade para solidariamente aceitar o inevitável. Temos que mudar radicalmente de vida. O nosso nível de vida vai baixar ao longo dos tempos».
- Fernando Pinto – Presidente da TAP – 420 mil euros anuais de salário-base (cada um dos elementos da administração da TAP recebeu uma média de 412 mil euros anuais). Diz que as “Greves são do século passado”.
- CTT – distribuiu um prémio de gestão de 213,8 mil euros aos seus cinco administradores. O presidente, Estanislau Costa, circula num veículo de 84 mil euros adquirido pela empresa em 2004. Os CTT pagaram, no ano passado, 42,5 mil euros para alugar quatro automóveis para o Conselho de Administração.
- Metropolitano de Lisboa – O antigo presidente da administração – Joaquim Reis – agora presidente da Parpública – despendeu 85 mil euros no renting de carros, entre os quais se contam 40,3 mil euros para a viatura do vogal Miguel Roquette, durante nove meses. Antes de abandonar a empresa, Joaquim Reis decidiu deixar ao seu sucessor um carro novo no valor de 30 mil euros.
- Carris – O presidente do CA, José Silva Rodrigues, gastou 4.142 euros em combustível, no espaço de um ano.
- Estradas de Portugal – Os administradores da empresa pública com o maior passivo de todas (15,8 mil milhões de euros) gastaram 48 mil euros no aluguer de carros e combustível
- Águas de Portugal – As empresas do grupo Águas de Portugal (AdP) têm cerca de 400 carros topo de gama para uso de quadros intermédios e gestores. Só este ano foram substituídas 34 viaturas, sendo que o aluguer da frota é composto na maioria por veículos de alta cilindrada da BMW, Renault e Citroën.
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Uns gastam no aluguer de carros topo de gama, outros em compras de carros super caros, outros têm salários chorudos. E a crise é para o povo.