Grécia: ameaça sobre trabalhadores da VIOME que transformaram fábrica em alternativa global
Contrariando o modus operandi do capitalismo e contornando o contexto de crise económica, os trabalhadores de uma fábrica de materiais de construção em Salónica, Grécia, decidiram ocupá-la e construir o seu próprio futuro. O negócio outrora abandonado pelos patrões tornou-se um exemplo de auto-gestão, baseado num modelo económica e ambientalmente sustentável.
A história remonta a 2011: a VIOME era uma empresa subsidiária da FILKERAM e entrou em bancarrota, por culpa da gestão irresponsável da família Filippou, perita em desviar fundos daquela subsidiária para benefício pessoal. Muitos salários ficaram por pagar. Desde então, os trabalhadores têm sido protagonistas de uma luta já reconhecida internacionalmente, em nome da emancipação no trabalho, contra a exploração e em resposta à atual crise, não só económica, mas também ambiental.
Evitar o desemprego e salvar o ambiente através do trabalho socialmente útil tornou-se o mote desta luta que viu na produção de sabão orgânico e produtos de limpeza sustentáveis o meio para recuperar a dignidade perdida com o capitalismo selvagem que se instalou na Grécia, sob o lema destruir para reinar.
Nos últimos 4 anos, o negócio cresceu, tornou-se rentável e salvou muitas vidas. Algo que o sistema judicial, sempre aliado aos interesses económicos e contra o direito ao trabalho, insiste em não reconhecer; e, é por isso, que estes trabalhadores apelam à solidariedade internacional para que, no dia 26 de Novembro, a ordem de despejo, decretada por aquilo a que chamam de justiça, não avance e os trabalhadores possam manter o direito sobre o que construíram até agora.
Se a alternativa existe, porque não apoiá-la? Ou tem o capitalismo medo de perder os seus escravos modernos para a emancipação social?
Os trabalhadores deixam-nos o exemplo de que sim, há alternativa ao capitalismo e lançam-nos a proposta: que se recupere a dignidade e que todos e todas sejamos donos e donas das nossas vidas.
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Os trabalhadores só têm que se constituir como organização, melhor em associação registando seus produtos, nomeadamente a produção de sabão orgânico e produtos de limpeza sustentáveis, colocando a previdência cautelar sobre os salários em atraso.
Olá!
De que forma é que podemos dar o nosso apoio a estes trabalhadores?
Obrigada!